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•VIOLLET•
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Eu tinha poucos neurônios na cabeça, não tinha amor a minha vida e com toda certeza era burra. Quem em sã consciência iria para a casa dos professores sem nem conhecê-los? Eu, eu iria, afinal o meu juízo não era muito.

As vezes eu pensava que devia ser sequestrada apenas para aprender a lição. Talvez se eu fosse morta em pedacinhos ia saber dizer não.

Eles podiam fazer de tudo comigo. Desde me matar, me usar para algum ritual maligno ou só venderem meus órgãos para o mercado negro. Tudo era possível e seria completamente culpa minha.

Observei o enorme condomínio de prédios que nos aproximávamos e tentei não ficar se boca aberta com todo o luxo daquele lugar. Como eles pagavam tudo isso com um salário de professor?

Evitei olhar muito e apenas me movimentei quando o carro parou em uma vaga de estacionamento, Jane abriu a porta para mim e com muita cautela desci do carro.

A chuva já tinha diminuído a intensidade, mas mesmo assim eu ainda tremia de frio. Acompanhei meus professores até o elevador e continuei no meu silêncio, o que se passava na minha cabeça para continuar com uma loucura dessas?

O elevador parou no andar certo e assim que saímos consegui vê um longo corredor que tinha apenas duas portas, a de emergência e a da casa deles. Tinha a impressão que só a maçaneta deles já dava para comprar um rim meu.

Michael abriu a passagem e os dois deixaram que eu fosse a primeira a entrar, assim que coloquei o primeiro pé na casa o cheiro de limpeza e loção me invadiu de imediato. Foi impossível não reparar na decoração perfeita daquele lugar.

Era tudo branco com alguns toques de madeira, da entrada dava para vê a sala enorme e o acesso da varanda, tinha um corredor longo e pela sala dava para vê as escadas. Como um apartamento podia ser tão grande?

Não tinha nenhuma indicação de criança alí o que me mostrava que eles não tinham filhos. Isso era quase uma benção, um filho daqueles dois seria o sinônimo de beleza da próxima geração.

— Pode tirar os sapatos, por favor? — Jane falou me despertando dos meus pensamentos.

— Claro — Rapidamente fiz o que ela tinha me pedido e deixei o tênis acompanhado com outros calçados.

— Pode ficar a vontade, vou pegar umas roupas para você poder tomar banho.

A morena se afastou me deixando sozinha com seu marido. Eu ainda estava brava e me recusava a admitir que era por drama.

— Quer beber chá ou leite quente? — Evitei seus olhos lindos.

— Não, obrigada — Fui um pouco mais seca do que pretendia.

— Pode ir até o quarto de hóspedes naquele corredor, eu já volto — O idiota também saiu.

Que situação maravilhosa, nunca pensei que no fim desse dia terrível ia acabar parando bem na casa dos meus professores.

Se bem que eu nem me importaria de ser assassinada em uma casa como essa.


MICHAEL
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Minha esposa já havia tomado muitas decisões impulsivas durante a sua vida, mas cometer a bobagem de trazer uma aluna para nossa casa, era sem duvida uma das maiores. Essa mulher tá perdendo os neurônios?

Para Sempre Nós TrêsWhere stories live. Discover now