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ARCO II

ENCONTROS


O prefeito acabou rindo pelo desepero do Lg.

Lg fazia caras e bocas. Por um momento, ele imaginou Pedrux no lugar de Apuh e isso fez ele ter tremiliques assutadores por todo o corpo.

--- Como? - Perguntou indignado.

O prefeito de de ombros - bem, quando duas pessoas se gostam, elas ficam juntas e coisas acabam acontecendo. Eu o queria por perto e sabia que queria passar o resto dos meus dias ao lado de Ped-

--- Não isso! - O interrompeu novamente sentindo-se tonto com a imagem de Pedrux e ele num casamento - Digo, porque o Pedrux?

--- E por que não ele?

--- Ele é um, um - não sabia como descreve-lo - ele é a ultima pessoas no mundo em que eu cogitaria em ter alguma coisa!

O prefeito sorriu e fez um carinho paterno nos cabelos castanhos de Lg.

--- Não estamos falando de um mesmo Pedrux, Lajotinha.

--- Eu sei, mas - tremilicou - não.

O prefeito concordou e tirou de dentro do seu blaze uma foto sua ao lado de Pedrux e mostrou para Lg.

Lg olhou a foto em choque e curiosidade ao mesmo tempo. Era estranho vê um Pedrux tão amigavel. Ele sorria para a câmera e abraçava a cintura do prefeito enquanto aquele Lg de chapéu de palha o abraçava de volta, sorrindo apaixonado.

--- Essa foi a nossa última foto antes dele se despedir e me deixar - falou com o timbre triste - Infelismente, ele foi uma das pessoas que eu não pude salvar.

Lg olhou mais atento para foto, aquele Pedrux era diferente do Pedrux da sua Utopia. Os cabelos estavam mais curtos, os olhos mais inocentes, a pele mais jovial e ele não tinha o braço mecânico. Na verdade, aquele Pedrux era idêntico ao Pedrux que ele viu quando ficou preso no láboratório do gnomo de jardim.

--- Existe alguma possibilidade desse Pedrux estar vivo?

--- Não sei. Não vi a sua morte. Apuh contou sobre a perda dele e bem, tudo depois se seguiu de uma maneira tão nublada para mim que quando eu percebi, estava correndo atrás de Apuh e recebendo um golpe fatal de Luiz.

O prefeito deixou uma lágrima escorrer de seus olhos e a limpou, sorrindo triste por conta do seu passado.

Lg podia não entender o que era perder alguém por quem estava apaixonado, mas ele era empático o bastante para se colocar no lugar do seu outro eu. Ele não saberia o que fazer caso perdesse o seu Apuh. Não imaginava um dia se despedindo de Apuh e no outro estar preparando o seu velório.

Seu peito se apertava só de pensar na possibilidade de viver em um mundo sem o seu velhinho pervetido. O gosto amargo da saudade inundava a sua boca e seus  olhos se preparavam para chover.

E aquele Lg passou por  tudo aquilo.

Lg olhou para o prefeito. Ele não merecia ter passado pelo o que passou.

O seu ódio pelo Luiz apenas aumentou.

--- Sinto muito.

--- Obrigado.

No silêncio, eles caminharam sem rumo e chegaram na prefeitura. Ela era idêntica a prefeitura da Utopia de Lg. Os mesmos detalhes, os mesmos acabamentos, os mesmo matérias. Parecia uma replica, um ctrl + c, um ctrl + v de construção.

O prefeito se sentou em um dos banquinhos no jardim lateral que efeitavam as janelas da grande construção e Lg se sentou ao seu lado.

Eles observaram a cidade escura iluminada por tochas espalhadas por todos os cantos. Parecia um cenário de filme de terror por conta da iluminação amarelada, mas estranhamente reconfortante também.

Dias de Chuva| LapuhWhere stories live. Discover now