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ARCO II

DIVAGAÇÕES

Lg sentia os seus lábios formigarem a cada vez que sentia os lábios de Apuh em contado com a sua pele. Era estranho sentir aquilo, assim como também era estranho sentir o calor crescer em seu peito a cada lufada de ar que Apuh deixava escapar por entre os lábios bonitos e os apertos em sua cintura. Mas era um estranho bom.

Suas pernas fraquezavam e a ponta do seus dedos tremilicavam. Seu coração faltava pular para fora de seu peito e suas bochechas eram como brasas num fogo escaldante.

Apuh beijou mais uma vez a sua bochecha e Lg precisou engolir a saliva que inundava a sua boca.

--- Parece que nunca é suficiente - Apuh sussurrou e Lg abriu os olhos perdendo o fôlego ao encarar os olhos de ébano tão próximos aos seus emitindo um brilho apaixonante.

--- O que?

--- Por mas que estejamos juntos, ainda não é suficiente para encobrir a saudade do meu corpo ao seu - sussurrou voltado a enterrar o rosto no pescoço de Lg.

Lg suspirou e subiu uma de suas mãos em volta do pescoço de Apuh até os fios ondulados, acariciando o couro cabeludo e gostando dos grunidos que Apuh sussurrava contra a sua pele.

--- Uma vontade infinita de querer estar próximo - Lg continuou com o pensamento - é exatamente o que eu sinto quando eu estou com você; nunca é o bastante.

--- Nunca é.

Abraçados, os minutos voaram sem que eles se importassem.

O vento soprou suavemente, trazendo consigo o aroma fresco da natureza que envolvia o casal em um abraço apertado. Cada carícia, cada toque e cada olhar eram como uma dança de amor, que unia seus corpos e almas em um só. Os olhos de Lg brilhavam ao olhar nos de Apuh, sentindo-se perdido na profundidade e ternura daquele olhar.

Era como se o tempo tivesse parado, e só existisse aquele momento, aquele abraço, aquela sensação de plenitude. Cada suspiro, cada batida de coração, era como uma música que só eles podiam ouvir. Era um momento que Lg queria guardar para sempre, dentro de si, no seu coração.

Lg fechou os olhos sentindo a repiração de Apuh em seu pescoço. Era bom sentir aquilo, se sentir amado de tal forma que seu corpo explodia em carinho.

Uma lágrima escorreu por seu rosto, uma lágrima doce, feliz e estranhamente com uma coloração arroxeada que passou despercebido pelo casal perdindo um no outro.

O vento balança a copa da árvore, fazendo as folhas daçarem conforme a brisa e as folhinhas mais velhas desgrudarem de seus galhos e voarem para o longe assim como as sementinhas que pulavam do miolo das flores no topo e desciam elegantemente até o casal envolvido na bolha deles.

Lg abraçou mais forte Apuh, sentindo uma saudade avassaladora inundar o seu corpo. Agora, com eles falando sobre Dark Lg, a memória de Jazz o contando sobre a luta que Dark Lg e Apuh de TopCity precisaram enfrentar, a batalha um com outro, o assombrou. Não se imaginava erguendo Caliburn contra Apuh ou o ameçando de morte. Lg se renderia caso em algum futuro inimaginável Apuh se revoltasse contra si.

Lg sabia que poderia enfrentar qualquer coisa, qualquer obstáculo, qualquer inimigo, mas se Apuh se trasnforma-se em alguém a qual ele precisa-se lutar contra, Lg não pensaria duas vezes em se entregar e aceitar a derrota.

Apuh o prometeu a vida, Lg o prometeria a lealdade.

O que estavam vivendo ali, com a natureza como testemunha ninguém poderia abalar. O amor é algo inexplicável para se colocar em palavras, as comparações que se faz para entende-lo não chegam a complexidade daquele sentimento e Lg sabia que o certo a se fazer era apenas sentir, sentir aquele calor fluir pelas suas veias, sentir aquela corrente elétrica o subindo a espinha com os aperto de Apuh em sua cintura, sentir aquele sorriso bobo que se formava em sua boca, sentie aquele quentinho no peito e o friozinho na barriga.

Dias de Chuva| LapuhWhere stories live. Discover now