19 || Flashback: Reverse Falls;

181 22 17
                                    

∆|Aviso: tortura e violência; o de sempre 💀

∆|Aviso: tortura e violência; o de sempre 💀

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Will

É tudo culpa minha.

Se eu não fosse tão fraco, tão inútil, tão imprestável, talvez o Bill não precisasse ter passado por tudo isso.

Eu sempre me senti em dívida com ele por causa daquele dia, tudo bem que nossos pais eram horríveis, mas ele só os atacou por não querer que eu morresse (naquela época, nem mesmo me defender eu sabia).

Essa tragédia fora tão marcante, que lembro-me quase que perfeitamente de todo o caminho sangrento que percorremos a partir daquele dia.

Nós íamos de dimensão em dimensão, atrás de um antídoto. Procurávamos por todas as partes, virávamos noites e dias em bibliotecas ou vagando pelas ruas estranhas em buscas de informações, mas sempre durante um prazo curto de tempo.

A princípio, o Bill não tinha um forte controle emocional, então sempre perdia o controle de si com facilidade por se deixar ser dominado pelo sentimento da culpa.

Eu não conseguia acalma-lo, ele simplesmente começava a chorar e a suplicar por alguma coisa que nem ele mesmo fazia ideia do que era. Acontecia como um ataque de pânico, ele começava a entrar em desespero e não me escutava, então tudo que eu podia fazer era me esconder o melhor possível e esperar a tempestade passar.

Quando eu saía do esconderijo, sempre dava de cara com o mesmo ambiente, independentemente de onde estivéssemos, o resultado sempre fora o mesmo: ruas catastróficas, corpos abertos no chão, ambos banhados de sangue, restos de seres espalhados por todos os lugares e, claro, corações.

São infinitas as quantidades de corações apodrecidos que já encontrei ao longo de minha existência.

E, em meio a toda essa podridão, sempre via o Bill voltar ao mesmo lugar em que começara tudo.

Era como um gato que saía à noite para a rua e, depois de muitas brigas por um pedaço de comida, voltava para o mesmo lugar de partida durante a madrugada.

Era sempre assim.

Todas as vezes que eu o encontrava, o levava para qualquer centro médico que houvesse por perto e cuidava de seus ferimentos.

Ele matava as pessoas, mas, ao mesmo tempo, também se autodestruía. Quando tentava tomar o controle, era através da dor que se sentia pouco consciente, então ele mesmo se lesionava para tentar conter aquele ímpeto mortal dentro de si, mas isso nunca, de fato, dera certo. No máximo, ele conseguia tempo para fugir ou deixar algumas vítimas escaparem — não que isso adiantasse, pois ele sempre voltava e as matava mesmo assim.

Achei que, com o passar dos anos, poderia me acostumar com isso, mas isso nunca me ocorreu. Eu nunca aceitei que ele houvesse se tornando isso então apenas o acompanhava em sua busca pela cura de si mesmo.

Amarelo é a Cor Mais Fria | BillDipWhere stories live. Discover now