Onde a imagem que todos têm de Bill Cipher é a de que ele é um demônio terrível e ameaçador, porém, Dipper Pines, com a interferência de sua irmã e Will Cipher, se vê completamente obsecado pelos mistérios que aquele de olhos amarelos escondia dele...
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Stanford
Eu não acredito que falhei.
Eu tinha tudo para poder provar que aquele desgraçado estava mentindo...
Não sei dizer se ele foi esperto de mais ou apenas deu sorte.
Ah, com certeza ele já esperava por isso, agora com todos contra mim me taxando de louco, ele está com a vantagem. Ele está com tudo a seu favor.
E eu estou sem nada. Voltei a estaca zero, de onde, talvez, eu nunca tenha saído.
O pior de tudo foi que eu perdi completamente a cabeça e me deixei levar pela raiva, mas foi inevitável, estava tudo em minhas mãos, eu poderia tê-lo matado. Mas não fiz isso.
Agora, estou sentado na única cadeira que há na sala de meu laboratório. Longe de tudo e de todos. Sozinho e cansado, sem saber para onde ir ou o que fazer.
A única coisa que fiz nas últimas 16 horas desde o ocorrido, foi me embriagar de café e me sentir cada vez mais para baixo.
Faz dias que não me dou ao luxo de dormir, minha cabeça está explodindo e meu corpo suplicando por descanso, mas mesmo assim, eu não pretendo abaixar a cabeça e aceitar essas condições. Não mesmo.
Eu preciso pensar em algo para comprovar que ele está armando algo, deve haver alguma pista!
Olhei em volta à procura de ideias para alguma resposta, mas nada encontrei além da maior bagunça que já fiz na minha sala de pesquisas.
Havia uma mistura de papéis, café e sangue no chão, muitos rabiscos na mesa e meus aparelhos estavam jogados em um canto junto com as ferramentas.
Eu dei uma pequena crise assim que cheguei e acabei destruindo tudo o que via pela frente, mas nem por isso desisti.
Meu pé ainda doía, com certeza eu preciso ir a um médico, mas já passei por coisas muito piores antes e depois da minha ida acidental a outras dimensões após a briga com o Stanley anos atrás. Experiências passadas.
Mas nada disso consegue ser pior do que o que passei com o Bill.
Eu nunca — nunca — me esquecerei da forma como ele me usou, me manipulou e quase destruiu meu corpo com suas possessões. Depois do que passei com ele, nunca mais fui o mesmo.
Antes das minhas viagens com o Stan, prometi a mim mesmo de que esqueceria de tudo e, de fato, eu posso não ter esquecido completamente, mas superei durante um tempo por ele não me ser mais um problema.
Eu nunca esperei encontrá-lo de novo. Que ele não estava morto, eu sempre suspeitei, mas nunca imaginei que ele retornaria — ainda mais desta forma.
Era como se ele houvesse esperado apenas uma brechinha e um pouco de tempo para retornar e aparecer junto com seu irmão.
Uma brechinha que poderia ser meu afastamento da cidade, ou seja, sem preocupações, e a questão de tempo seriam esses cinco anos.
