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Maria Júlia.
Um ano depois.

Terminei de arrumar minha mala e olhei para a minha pequena que tava sentada na cama com alguns dos seus brinquedos. Aurora tá com um ano e três meses.   

Pego Aurora no colo e vou até o seu quarto, coloco ela no chão e fecho a porta do seu quarto. Pego uma mala e começo a colocar algumas roupinhas da Aurora na bolsa.

Ouvi a porta do quarto ser aberta e depois escuto a risada da Aurora e do Lucca. Sinto alguém me observando e vejo o Lucas na porta.

— O que você tá fazendo? — Lucas perguntou.

— Você sabe o que eu tô fazendo.

— Não me deixa, nega. Por favor. — Se aproximou.

— Eu não tô te deixando, amor. Conhece relacionamento a distância? — Abracei ele.

— Eu não quero a porra de um relacionamento a distância, Maria Julia. — Gritou me soltando.

— Lucas, eu não posso simplesmente perder essa oportunidade! Essa faculdade sempre foi o meu sonho.

— Você não pode ir.

— A gente já conversou sobre isso. Eu vou!

— Não, você não vai!

— Porque você não pode ficar feliz por mim? — olhei pra ele com lágrimas nos olhos.

— Como eu ficaria feliz, Maria Julia? Você tá indo para outro país. Além de eu ficar sem você, eu vou ficar sem a minha filha.

— Sempre que eu puder, eu venho visitar você.

— Você não vai! Eu te comprei, você é minha!

— Para de usar isso ao seu favor, caralho! Se você me prender aqui, pode ter certeza que eu vou fazer um inferno na sua vida. — Falei fechando a mala e saindo do closet.

— Não me dá as costas, porra. — Gritou, vindo atrás de mim.

— Você para de gritar, tá assustando a Aurora! — Me virei pra ele e apontei o dedo na sua cara.

Saí do quarto indo para o nosso e coloquei a mala perto da minha. Sai do quarto descendo as escadas e Lucas veio logo atrás, fui até a cozinha abrindo a geladeira e pego a melancia colocando em cima do balcão.

— Maria Julia? — Ignorei. — Não faz eu me estressar com você, porra. — Bufou.

Comecei a cortar a melancia em pedacinho e coloquei tudo em prato para dá a Aurora. Escuto um barulho de algo quebrando e fui até a sala vendo que Lucas quebrou um vaso, o jogando na parede.

— Quer quebrar suas coisas? Por que não começa pelo seu celular, depois a televisão? Quebra tudo, foi comprado com o seu dinheiro mesmo. — Dei as costas voltando para a cozinha.

— Eu já falei pra não me dá as costas. — Falou puxando meu cabelo e me encostou na parede me enforcando.

— Chefin, cara? Solta a mina. — Ll apareceu do nada.

Vejo a Agatha logo atrás com o Gael no colo e ela me olhou confusa.

— Por que vocês tão brigando?

— O problemático do seu irmão não aceita que eu vou fazer faculdade, ele querendo ou não!

— Para de ser maluco, Lucas! A mina tá mais que certa de não desistir do sonho dela por homem. — Chefin fuzilou ele com o olhar e Luan fez o mesmo.

— Se você for, eu nunca mais olho na sua cara e você vai tá proibida de entrar no morro. — Ameaçou e eu revirei os olhos.

Ignorei ele e fui até a cozinha, peguei o prato com a melancia e subi para o quarto da Aurora onde ela estava brincando com o Lucca.

— Vem aqui, amor. — Falei me sentando e ela veio engatiando até mim, se apoiou nas minhas perna e se levantou sorrindo pra mim.

Peguei ela no colo e coloquei ela sentada no sofá, comecei a dar a fruta pra ela, lque ficava rindo das gracinhas que o Lucca fazia.

A porta foi aberta e Agatha passou por ela com o Gael no colo, ela colocou Gael no berço da Aurora, e veio até mim, se sentando do meu lado.

— Lucas saiu. — Concordei.

Levanto correndo para o banheiro e vômito tudo que eu comi no café, Agatha vem logo atrás segurando o meu cabelo e eu levanto. Dou descarga e escovo os dentes.

— Acho melhor você fazer um teste de gravidez.

— Não, magali. Foi só um mal-estar.

— Você tá assim já faz quase um mês, Maju. Sua menstruação já desceu? — Arregalei os olhos.

— Merda, merda! — Andei de um lado e para o outro.

— Eu trouxe o teste! Vim aqui exatamente para isso. — Falou saindo do quarto e voltou com uma sacola com três testes. — Faz!

Ela saiu do banheiro e fiz os três testes, sai com ele em mãos e Agatha olhou pra mim.

— E ai?

— Tem que esperar os 5 minutos.

Positivo, Negativo, Positivo.

É, eu tô grávida novamente!

— Você tem que contar para o Lucas. — Concordei.

— Depois eu faço isso.

Lucas Santiago.

Saí de casa e fui até a casa do Jv, bati na porta e logo ele abriu com a cara toda amassada só de bermuda e eu entrei.

— Ah! Claro, pode entrar. — Falou fechando a porta.

— Ela vai pra Boston, cara, Boston — Falei me jogando no sofá

— Que merda você fez? — Perguntou vendo a minha cara

— A gente brigou. — Bufei e ele me entregou um copo com vodka. — Se o Luan não tivesse chegado, eu teria batido nela.

— Porra, você é um idiota.

— Eu sei. — Falo bebendo.

— Não é melhor você ter um relacionamento a distância, do que perder ela?

— Odeio quando você dá um de psicólogo. — Bufei. — Mas, porque ela tem que ir justo pra Boston? Tem tanta faculdade por aqui, pô! Ela vai me deixar. — Bebi minha bebida.

— É o sonho da mina, cara.

— E meu sonho é ser o batman. Eu sou? Não! — Falei meio embolado e João riu. — E ela ainda vai levar a Aurora! É filha minha? Não, mas é como se fosse. Eu nunca mais vou acordar com o cabelão dela na minha cara, não vou mais sentir o cheiro gostoso dela. Não vou ficar todo bobo quando vejo o sorriso dela, não vou mais falar esses papo de apaixonado... Ela não vai me mandar mensagem, não vai me ligar. — Falei chorando.

— Não deveria ter te dado bebida. — riu.

— Mas se ela quer ir, ela que vá! Eu não ligo, não vou ficar correndo atrás igual um cachorrinho não.

— Não seja um idiota, Lucas! Aproveita que ela ainda tá aí e não perde ela.

— Ela vai me deixar! — Cruzei os braços igual uma criança de 5 anos. — Porra, eu amo aquela desgraçada.

— Vai dormir cara. — Falou me puxando.

Ele me puxou até o andar de cima e me colocou deitado na cama, ligou o ar, depois saiu fechando a porta e apaguei.

• aperta na estrelinha •

Vendida ao TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora