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Maria Júlia.

Agora parecia ser de madrugada, pude perceber pela janelinha que tinha ali. Será que estão preocupados comigo? Talvez o Chefin esteja feliz por ter tirado um peso da suas costas, mas por outro lado ele deve tá preocupado com a Agatha.  

Eles querem usar a gente como moeda de troca, e eu fui uma moeda de troca para o Lucas. Eu preciso sair daqui com ou sem a ajuda dele. Nunca dependi de homem e não é agora que eu vou ficar esperando meu príncipe encantado me salvar.

Lembro que meu celular tá no meu bolso e consigo alcançar ele mesmo estando com a mão amarrada, pego ele do meu bolso com muita dificuldade e disco o primeiro número da lista que era o da Vanessa.

Ligação on.

Maria?... Maria você tá bem?

Vanessa, tá me ouvindo?

Maria? Não tô te ouvindo.

Merda. — Resmungo e desligo.

Ligação off.

— Tava falando com quem? — Agatha perguntou.

— Lembrei que meu celular tava no bolso e tentei ligar pra Vanessa, mas ela não tava me ouvindo.

— A gente tem que arrumar um jeito se sair daqui.

Minha barriga roncava, eu não comi nada desde que cheguei aqui e aposto que tô com olheiras enorme. Não consigo dormir nesse estado sabendo que a qualquer momento alguém pode me matar.

Já tinha amanhecido e a Agatha tava dormindo sentada na cadeira do meu lado, ouço um barulho na porta e fico olhando atenta pra ver se eles usavam alguma coisa afinal tudo são possibilidades pra sair daqui.

Vejo a Micaela entrando com uma bandeja na mão, ela vem até mim e coloca a bandeja no meu colo. Ela soltou a minha mão e depois foi até a Agatha soltando a dela, na bandeja tinha dois sanduíches com salame, dois copos de suco de laranja e duas garrafas de água.

— Porque você tá fazendo isso? — Falei pegando a garrafa de água e bebendo enquanto olhava pra ele.

— Ele é meu irmão, Maria, a única pessoa que eu tenho. — Fala se encostando na parede.

— Você tinha a mim. — Respondi, olhando pra ela e ela olha pra mim.

— Você não entende...

Continuo comendo meu sanduíche e acordo a Agatha pra ela comer o dela.

— Agatha?? — Aproveito que minha mão tá livre e balanço ela.

— An? Oi?

— Toma. — Coloquei a bandeja no colo dela e ela pegou a garrafinha de água bebendo toda a água que tinha nela.

A Micaela vem até mim e se abaixa ficando da minha altura e começa a amarrar as minhas mãos de novo.

— Você ainda pode fazer a coisa certa. Sabe que o Lucas vai vim atrás da gente e vai matar quem estiver no caminho. — Falo só pra ela ouvir e ela terminar de amarrar, voltando a se encostar na parede.

A Agatha terminou de comer e a Micaela amarrou as mãos dela, saindo do quartinho.

Micaela Monteiro.

Sai do quartinho e fiquei pensando no que a Maria disse. Não quero trair meu irmão, mas eu tenho um filho, eu não posso morrer.

Fui pra casa e vi meu filho brincando no chão da sala com os carrinho dele. Ele me viu e veio correndo até mim.

— Mamãe. — Lucca abraçou minhas pernas.

— Oi, meu pequeno. — Me abaixei ficando da altura dele. — Vamos no shopping, o que acha?

— Eba! — Comemora dando pulinhos e eu sorrir, pegando ele no colo.

Subi com ele pro quarto e fui com ele para o banheiro. Dei um banho nele e ele me molhou toda enquanto brincava com a água. Enrolei ele na toalha e peguei ele no colo, sentei ele na cama e peguei uma bermuda azul e uma blusa do homem aranha que ele adora. Coloquei um tênis preto nele e sentei ele na cama.

— Mamãe vai tomar banho, me espera aqui, tá bom? — Lucca balançou e dei meu celular pra ele. — Toma.

Acabei de chegar no shopping e tô de mão dada com o Lucca. Fomos primeiro no burger king, já ele disse que tava com fome, fomos pra fila e ficamos esperando.

— Você vai querer o que? — Pergunto pra ele.

— Fifi, hambuge, batata e sovete. — Assenti e chegou nossa vez.

— Duas pepsi, dois hambúrgueres, duas batata e um sorvete. — A moça concordou.

Fomos pra mesa e esperamos nossos pedidos enquanto conversávamos.

Passei o dia com o meu filho e tava feliz só de ver o sorriso no rosto dele. Ele é cara do Lucas e tem dois aninhos, quase três.

Estou voltando pra casa e o Lucca tá dormindo no banco de trás, deve tá cansado tadinho. Cheguei em casa e fui para o quarto do Lucca deitando ele na cama e beijei a testa dele, saindo quarto.

Tava chegando no morro do Lucas e tava muito nervosa. Ia parecer suspeito eu sumir logo depois do sequestro né?

Cheguei no morro e minha entrada já foi liberada por eu "morar" aqui. Mando mensagem pra Vanessa perguntando onde ela tá, e ela fala que na casa do Chefin, o que me deixou mais nervosa. Vou pra casa dele e assim que chego bato na porta.

— Ah, oi Isa. — Ela sorriu pra mim, mas eu pude perceber o quão mal ela estava, o que me deixou meio sei lá.

— Oi nessa, desculpa não ter conseguido vim antes. — Ela deu espaço pra eu entrar e assim fiz.

—Tudo bem. — Forçou um sorriso novamente.

— Como você tá?

— Mal, é óbvio. — Fala com os olhos lacrimejando.

—Elas vão ficar bem, você vai ver. — Falei segurando a mão dela e ela sorriu.

• aperta na estrelinha •

Vendida ao TraficanteOù les histoires vivent. Découvrez maintenant