R E C A P I T U L A N D O . . .

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Um relato de Talik.

Há 65 milhões de anos, um asteroide colidiu com a Terra causando a extinção dos dinossauros, aqueles animais grandes e temíveis que dominavam nosso planeta. Esse foi o estopim para uma série de mudanças no mundo, o transformando no que ele é hoje. Contudo, as coisas foram diferentes para uma remota ilha localizada no norte do oceano atlântico.

Essa ilha fora atingida por um cristal de natureza mística que veio das estrelas. Tal material forneceu uma barreira que encobria toda a ilha, a protegendo contra o meio externo. Assim, enquanto o planeta passava por muitos processos evolutivos, naquele remoto local ainda havia vida primitiva, ainda haviam dinossauros.

Uma tribo de humanos da antiguidade achou a ilha e se desenvolveu por lá. A coexistência entre homem e dino foi a chave para a construção de algo extraordinário: Octonhein, o reino dos dinossauros.

Octonhein teve muitos altos e baixos, líderes e heróis, tais como meu pai, Kendall. Bom, lá em meados dos anos 90, no mesmo ano em que nasci, algo incomum aconteceu. Um navio de militares britânicos acabou acidentalmente encalhando na ilha. Quando esses homens nos encontraram, a resposta imediata foi um sentimento de fascínio, que seguiu de medo, o que os motivou a nos atacar.

Foi meu pai, Kendall, quem liderou nosso povo em uma ímpia batalha. Montando em um jovem e imponente Espinossauro, estava meu pai, junto de minha mãe. Ambos lado a lado com os Octonheinianos preparados para travar o conflito definitivo com os militares invasores.

Alerta de spoiler! Nós vencemos a batalha, mas tivemos muitas perdas, como, por exemplo, meus pais. Antes deles partirem, minha mãe me entregou aos cuidados de um nobre fazendeiro chamado Sten. Além de cuidar de mim, Sten ficou responsável por uma outra criança órfã, Ayisha. Eu e ela fomos criados juntos, o que evidentemente trouxe fortes laços entre nós.

Ainda que viver em um reino com dinossauros fosse muito interessante, eu sempre tive o sonho de conhecer o mundo, saber o que havia além da barreira fornecida pelo Cristal Nexus. Foi aos 11 anos que tive uma oportunidade para fazer isso, utilizando um barco encalhado como transporte.

Foi assim que cheguei na Europa. Toda a minha jornada, tentando construir uma nova vida nesse mundo desconhecido para mim, é assunto para outro momento...

Anos se passaram até que encontrei um humilde grupo de amigos. Ruan, Brendon e Marlom eram amigos e colegas de trabalho, com os quais passava a maioria do tempo.

E sobre nosso trabalho... Bem, não era o serviço mais honesto do oriente. Éramos ladrões! Mas tínhamos um código moral: nunca matar pessoas ou ameaçar inocentes. Nosso "lance" era roubar artefatos preciosos, joias ou outros objetos de valor. Tínhamos um instrutor chamado de Informante, que nos dava missões e instruções a respeito dos roubos a serem realizados.

Acontece que um dia, o tal Informante, navegando em sua lancha particular, acabou encontrando meu antigo lar, Octonhein. Foi através dele que Ayisha descobriu que eu estava vivo, além de minha localização e atual situação de vida. Usando a lancha dele, ela veio até a Europa e me encontrou. Ou melhor, troque esse "encontrou" por me nocauteou e sequestrou. Meu melhor amigo, Ruan, foi junto comigo de brinde. 

Eu demorei para perceber o real motivo de Ayisha e Sten terem me trazido de volta a ilha. Quando cheguei lá, descobri que o reino não se encontrava na melhor das situações. O Conselho de Octonhein, formado por representantes de divisões administrativas do reino, decidiu aprovar a ideia de extrair o Cristal Nexus.

A ideia veio do principal cientista da realeza, Thelonious. O plano era extrair um fragmento do cristal que se encontrava no subsolo da ilha, refinar esse pedaço extraído e utilizar o produto como fonte de energia para equipamentos que poderiam facilitar o trabalho do povo.

Não era algo ruim, mas as consequências eram muitas. Desde que caiu na ilha, o Cristal Nexus tornou-se o coração da mesma. Sendo assim, qualquer intervenção contra o cristal poderia resultar em desastres ambientais para a ilha.

Com essa situação, Sten montou uma pequena equipe com uma missão complexa e arriscada. A empreitada consistia em se infiltrar no castelo e achar a sala do elevador que nos levaria até o subsolo da ilha, direto ao local em que o Cristal Nexus se encontrava. Lá, deveríamos impedir a extração do mesmo.

E foi o que fizemos, ou pelo menos tentamos fazer. Infiltramo-nos no castelo, enfrentamos guardas reais, dinossauros e outras ameaças, passando por vários corredores em vários andares até finalmente achar a bendita sala do elevador.

Contudo, a esse ponto já estávamos desfalcados. Dois membros da equipe haviam sido devorados e os demais tinham sido presos. Só haviam restado eu e Ayisha. Nós conseguimos chegar ao subsolo, mas não a tempo de impedir a extração do cristal.

Logo quando o fragmento fora extraído, uma série de tremores assolou a região, causando um desmoronamento nas cavernas subterrâneas em que nos encontrávamos. Foi nesse momento em que enfrentei minha maior perda. Ayisha morrera soterrada por rochas devido ao desmoronamento e infelizmente não pude fazer nada para impedir isso.

Eu consegui me salvar, mas não pude evitar a dor que me assolou naquele momento. Porém, lembrei-me das últimas palavras de Ayisha para mim. Também me lembrei de Sten. Isso me motivou a levantar e continuar lutando para enfim me tornar o que ambos queriam que eu me tornasse: um herói. Um herói, como meu pai foi antes de mim. Um herói que pudesse ser um novo símbolo para meu povo.

Encorajado, tive a ideia mais louca da minha vida e fico contente que ela tenha dado certo. Eu montei em cima de um Espinossauro mais velho (sim, foi o mesmo animal utilizado como montaria pelo meu pai) e com ele destruí a prisão do reino, salvando meus amigos.

Toda esse aventura me transformou em algo maior, além de quê, me reconectou com minha terra natal.

No fim das contas, eu e o restante de nossa equipe tivemos que conviver com a derrota. Apesar de tudo, estaríamos sempre de pé para enfrentar quaisquer ameaças que esse reino primitivo pudesse nos propor.

Primal Kingdom - Um Reino de 65 Milhões de AnosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora