P R Ó L O G O - II

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Ruas de ladrilhos permeavam a cidade grande, passando por diversas casas, tavernas, oficinas, dentre outras construções. Sobre os ladrilhos andavam não só a população local, como também dinossauros, que serviam muitas vezes como montaria, puxando carroças ou circulando livremente.

Ainda nessas redondezas estava o majestoso castelo, onde vivia a classe mais rica da sociedade, assim como os conselheiros e o rei (ou rainha) vigente.

Todas as decisões que visavam traçar o futuro do reino eram tomadas pelo Conselho de Octonhein. Nesse grupo cada conselheiro representava uma diferente área. Ao total haviam seis delas: economia, segurança, educação, agropecuária, ciência e medicina. O sétimo membro do grupo era o próprio rei, cuja função era ser o representante de todo o reino.

Por muitos anos, o reino foi comandado pela dinastia Quarys. No final da década de 90, o membro da família no poder era Zíron, um homem que seguia os ideais de seus antecedentes, que valorizavam, dentre outras coisas, a razão e frieza diante dos desafios.

Zíron, apesar da rigidez na postura, era um homem que compartilhava muito amor com sua esposa, Jinya, e filha, Maya. Trágico foi o dia em que a rainha morreu, sendo caçada por predadores letais chamados de Utahraptores. O fato deixou o rei enfurecido, fazendo-o enviar seus melhores soldados para caçar os animais assassinos. Em um ato questionável, Zíron não elimina os raptores, ao invés disso, passa a usá-los como armas da realeza.

A perda da esposa não foi o único desafio significativo no reinado de Zíron: um evento estava para mudar a história de toda Octonhein. Vindo de algum lugar do atlântico norte, um navio militar encalha na praia da ilha. De lá, descem alguns homens fardados, carregando armas e exibindo facetas inseguras. A insegurança era motivada pela atmosfera primitiva que era sentida por toda a região.

Percebendo a presença de invasores, todos os Octonheinianos ficam atônitos. Em meio à situação, o Conselho decide reunir-se na sua sede para criar uma estratégia de defesa e ataque. Como era de se esperar, muitos planos e ideias eram postos na mesa, porém o reino precisava de atitudes imediatas, coisa que seus governantes não lhe entregava.

Incomodado com a demora do Conselho em tomar uma atitude contra os invasores britânicos, um guarda de alta patente da realeza decide se mobilizar. Kendall era um homem com o senso de justiça tão grande quanto sua coragem. Com sua armadura exibia postura rígida e imponência, por baixo dela era um homem que, como qualquer outro, tinha medo de perder seus entes queridos. O guerreiro tinha uma esposa chamada Nala e um filho ainda muito jovem chamado Talik.

Kendall foi responsável por reunir guardas e soldados da realeza para enfrentar os militares. Motivou até mesmo os civis comuns a lutarem. Mesmo Nala, ainda que contra a vontade de Kendall, foi ao confronto.

A batalha entre os Octonheinianos e os militares ocorreu na praia. No cenário, Kendall encontrava-se na frente de seu batalhão. Ele montava em um grande carnívoro bípede chamado de Espinossauro. O brilho alaranjado do por do sol tingia os rostos valentes dos guerreiros tribais que tinham, além de dinossauros, lanças e flechas, muita garra. E foi com essa garra que o povo de Octonhein eliminou todos os adversários.

A vitória não foi tão satisfatória quanto poderia ter sido. Os militares, com suas destrutíveis armas de fogo, eliminaram inúmeras pessoas e animais inocentes. Kendall e Nala foram alguns dos caídos, fato que fez de Talik uma criança órfã. Para sua sorte, o menininho havia sido entregue aos cuidados de um fazendeiro bondoso chamado Sten. O coração do homem era tão grande que abrigou além de Talik, outra criança orfá: Ayisha.

Os anos se passaram e a fatídica "Batalha de Octonhein" tornou-se não só história, como também uma cicatriz.

Distante da cidade grande, atravessando a densa floresta selvagem, nas montanhas da ilha, estava a fazenda de Sten, local onde Talik e Ayisha cresceram. Os três tinham uma bela relação e foram muito unidos até a fuga de Talik.

O menino era curioso. Sua grande ambição era descobrir o que havia além da barreira mística que cercava a ilha. Apesar do receio que, assim como os demais de seu povo, tinha em relação ao mundo exterior e do amor que tinha por Octonhein, Talik não hesitou quando a oportunidade surgiu.

Talik viria a escapar da ilha e seguir uma jornada solo para onde o destino o levasse...

Primal Kingdom - Um Reino de 65 Milhões de AnosWhere stories live. Discover now