𝗫𝗩 - 𝗡𝗮𝘀𝗰𝗲 𝘂𝗺 𝗛𝗲𝗿ó𝗶

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Alguns minutos se passaram. De repente, dos corredores que estavam atrás da porta de aço, surgem barulhos de passos. Eram passos fortes e de mais de uma pessoa. Provavelmente, era uma patrulha de guardas reais indo verificar o estado do salão, imaginou Talik.

Talik esfrega seu rosto com as mãos, enxugando algumas lágrimas. Ele se levanta com calma. Ao fundo, os passos ficavam cada vez mais altos, indicando que os guardas estavam cada vez mais próximos.

Através das rachaduras do vitral, era possível ver a noite iluminada pela lua. Ao fundo, uma silhueta escura parecia flutuar entre as nuvens. Não dava para distinguir com certeza o que era, mas Talik já tinha uma ideia do que se tratava.

Ele dá um assovio agudo. Talik tinha um plano em mente; rezava para que o seu assovio tivesse sido o mais alto possível para que sua ideia funcionasse. Talik pega o capacete e o analisa pensando sobre o significado que o mesmo teve no passado. Em sua mente, vinham as palavras finais de Ayisha:

"Você ainda pode salvar esse reino. Honre o legado que corre em suas veias. Desperte o guerreiro que há dentro de você."

Talik dá um suspiro e então coloca o capacete.

Abruptamente, os guardas abrem a porta, escancarando-a.

- Parado aí! Coloque as mãos para cima e vire-se! - Guarda real

Talik faz o que ele ordenou.

- Agora fique paradinho. - O guarda, juntos dos demais, vinha se aproximando de Talik.

Do lado de fora do castelo, foi possível ouvir um forte bater de asas. Esse era o sinal de que Talik precisava. Em um gesto rápido, ele foge dos guardas e corre em direção ao vitral saltando sobre ele e o atravessando.

Seu salto pareceu estar em câmera lenta. Seu corpo sob o ar; os cacos de vidro contornando seus rastros; a lua cheia brilhando sobre si; os guardas esbravejando de dentro do salão.

Tal momento seguiu de tensão. Talik caía em alta velocidade em direção ao solo. Os guardas olham diante do vitral quebrado para tentar ver a queda. De repente, uma criatura alada gigantesca passa voando bem a frente dos guardas, fazendo-os saltar para trás assustados.

Era um Quetzalcoalus. Montando em cima dele estava Talik. O animal era o mesmo que havia sido responsável pelo primeiro voo de Talik em um réptil voador.

Talik vai se afastando do castelo e assim, vai dando espaço para o momento mais tranquilo que vivenciou desde que começou sua missão suicida. Contudo, a tranquilidade não durou muito.

Sobrepostos a lua cheia, vinham seis silhuetas misteriosas em direção a Talik e seu animal alado. As silhuetas se transformaram em criaturas ambíguas e voadoras. Eram Dimorfodontes.

Esses Pterossauros primitivos eram possivelmente a espécie mais antiga da ilha. Não possuíam bico, ao invés disso, tinham uma grande mandíbula com dentes de tamanhos variados. Eram pequenos, possuindo entorno de um metro e meio de envergadura; ainda assim, eram perigosos.

Talik puxa as alças da sela do Quetzalcoatlus o fazendo virar na direção oposta dos inimigos. Os Dimorfodontes conseguem alcançá-los e então começam a voar ao seu redor. Uma das criaturas passa voando em alta velocidade e abre sua boca para tentar abocanhar a cabeça de Talik, mas ele desvia na hora, fazendo o animal morder o vento.

Outro Dimorfodonte abocanha uma das pernas do Quetzalcoatlus o fazendo grunhir de dor. Em seguida, outro morde sua asa direita. Nisso, o Quetzalcoatlus acaba dando um giro em 360°, arremessando o Dimorfodonte que o mordia e também afastando os demais. Talik segurava as alças com firmeza para não cair.

Primal Kingdom - Um Reino de 65 Milhões de AnosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora