16. Primeiro Encontro

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Sábado, 29 de Janeiro, 2022

19:10

Estavam lotados, não precisavam prestar muita atenção para perceber aquilo. Haviam tantas pessoas que a fila do lado de fora do restaurante chegava na calçada.

Diego saiu de dentro com as mãos na cintura. A cabeça baixa e os ombros encolhidos acabou denunciando que não havia conseguido uma mesa.

- Ela disse que se tivermos muita sorte a mesa ficará vaga até às 21 horas.

- Não é preciso reservar uma mesa para entrar? - Eliza perguntou, vendo o casal engravatado descendo do carro, jogando a chave para o chofer e furando fila para sentar numa mesa pronta no terraço.

- Se quiser uma mesa boa, precisa, mas...

- Diego, eu não me importo em jantar em outro lugar, aqui parece caro demais e não sei se estou vestida apropriadamente.

- Para com isso, você está linda. Eu tinha planejado uma noite especial para nós dois - Diego parecia muito mais decepcionado consigo mesmo do que com quem realmente deveria estar - Mas isso foi a umas duas semanas. Esse é o melhor restaurante da cidade, deixa pelo menos eu te levar para jantar num lugar bacana.

- A culpa é mais minha do que sua - Eliza admitiu.

Depois de duas semanas enrolando, Elizabeth finalmente tomou o que Royal chamou de "Vergonha na cara" e ligou para Diego.

A culpa era mais dela do que de qualquer outra pessoa, e admitia a si mesma que o caso Duarte estava sugando todas as suas energias, num nível que chegava em sua casa, às onze da noite, e só tinha forças para deitar e dormir.

Gostava da companhia do Diego, de verdade, ele era um homem sorridente demais, talvez um pouco mais novo e extrovertido do que Eliza estivesse acostumada em outros homens, mas sua companhia era divertida e, de alguma forma, Diego Martins tinha o poder de fazer Elizabeth esquecer um pouco o caso Duarte.

Quando ligou para ele, pouco depois de sair da casa dos Bragança, Diego só faltou ter um infarto:

- Vou te levar para o melhor restaurante da cidade, senhorita Pereira - ele prometeu - Vou te fazer mudar de ideia sobre mim, tanto que vai implorar para sair comigo novamente.

Quando ele disse que levaria ela para o melhor restaurante da cidade, Eliza não levou aquilo a sério, achava que homens como Diego tinham a tendência de exagerar nas promessas, mas quando o viu chegando na porta de seu prédio, vestindo um blazer azul e abrindo a porta do carro para ela entrar, Elizabeth Pereira admitiu a si mesma que Diego não era exatamente o homem que achou que seria.

Ele era melhor, pensou enquanto o forçava a subir para o apartamento e esperar ela tirar aquela leg preta e a blusa branca para pôr um vestido azul (para combinar com o seu blazer).

Mas será apenas um amigo, não vamos apressar nada, Diego vai entender quando a noite acabar e não receber nenhum beijo meu, além de um na bochecha. Ainda é cedo para isso Elizabeth, ainda é cedo.

Colocou uma bolsinha que atravessava o corpo para a pistola, nunca gostou de sair com ela, mas seu pai foi pego de surpresa enquanto voltava para a delegacia, e depois disso o medo de acabar levando um tiro como ele, e não tendo como se defender, assombrou Eliza.

A conversa de Diego, durante todo o trajeto do seu apartamento até o restaurante, também surpreendeu Elizabeth. Ele mostrou ser bem mais maduro do que imaginava que seria.

- Escuta - Eliza tocou Diego no braço, o toque fez ele tirar os olhos do restaurante para finalmente observá-la - Eu realmente não me importo em comer num restaurante ou num podrão da esquina. Eu só quero a sua companhia Diego.

O Misterioso Caso Duarte [Em Revisão}Where stories live. Discover now