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Quinta-feira, 10 de Fevereiro, 2022

10:55

Os três carros da polícia civil invadiram a rua como três touros descontrolados, fazendo quem entrava em seu caminho se afastar de medo.

Frearam bruscamente na frente de uma casa simplória de muro azul, com um portão pequeno e outro mais largo para carros, ambos com as grades já enferrujadas.

Assim que os carros pararam, os agentes desceram do carro, quase todos portando MP5K. Se a população em volta não assustou-se com o carro, aquela visão certamente causou estranheza.

- Você tem certeza disso? - Eliza inclinou o corpo na direção de Diego, que estava sentado no banco do carona, se certificando de que havia balas no pente da sua pistola.

Todos, sem exceção, trajavam coletes à prova de balas, mas Diego parecia ter uma certa dificuldade com a movimentação no braço direito, mesmo ele dizendo que havia curado. Elizabeth tomou nota de que talvez ele estivesse mentindo, pois fez uma careta momentânea quando fez menção de sair do carro.

Ele virou para ela, já do lado de fora, e mostrou um meio sorriso:

- Se tenho certeza que quero invadir a casa do homem que quase me matou a alguns dias?

- Podemos fazer isso sem você - Ela disse, já saindo do carro - Deveria descansar.

- Eles também atiraram em mim, Elizabeth - Ele apontou para o braço enfaixado - Eu quero estar aqui.

Elizabeth puxou a pistola automática do coldre, caminhando cautelosamente para observar o que havia do outro lado daquele portão.

À primeira vista era um quintal normal de uma casa de vó. Haviam plantas em vasos e um grande pé de acerola no meio do que deveria ser a garagem. A porta estava fechada, e na grade uma grossa corrente se encontrava presa com um cadeado.

Tralhas estavam jogadas no resto do quintal. Fogão enferrujado, placas de metal envelhecidas pelo tempo e o que parecia uma carcaça de moto antiga.

Sueni estava conversando com uma vizinha do outro lado da rua antes de se aproximar.

- A vizinha contou que a casa está vazia a pouco menos de dez dias - ela disse.

- Não houve nenhuma movimentação estranha desde a morte de Júlio? - Eliza perguntou, inspecionando o cadeado que trancava o portão - Nenhum parente, amigo ou conhecido veio pegar suas coisas desde a notícia da morte?

- Vazia - Sueni resmungou - Ela contou que ele não tinha muito contato com outros parentes. Morava aqui sozinho, vez ou outra o sobrinho visitava. Mas não entrou ninguém desde a noite que ele saiu com o sobrinho.

A delegada empurrou o portão, sem sucesso para abri-lo, deu ordem para um dos seus agentes e o homem se prontificou a se aproximar com um corta-vergalhão.

Quando o cadeado pendeu e caiu no chão, a ordem dada foi para que os agentes entrassem com cautela.

Um por um atravessaram o portão com as armas em mãos, inspecionando cada centimetro daquela garagem e do quintal. Uma dupla de agentes moveu-se para averiguar os fundos.

- Limpo - um dos homens gritou.

- Limpo - Aquela voz veio do pequeno corredor à esquerda da casa.

Elizabeth tinha a arma em mãos quando colocou a cabeça no basculante da sala, do outro lado do vidro viu uma sala simples, dois pequenos sofás e uma televisão de talvez vinte e duas polegadas.

O Misterioso Caso Duarte [Em Revisão}Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu