Nada me fazia esquecer de Samantha. Então eu voltei o mais rápido que pude para a minha esposa. A falta dela gritava dentro de mim.

Em uma noite minha mamma fez um jantar para nós em sua casa. Chamou a maioria da família. Minha priminha, a que foi nossa dama de honra estava lá, Sam a olhava com tanto carinho que não tinha como não notar. Depois dessa noite Samantha ficou inquieta por uns dias, eu aprendi a ler os seus movimentos, as feições do seu rosto. Em uma noite enquanto estávamos deitados ela puxou o ar, e de uma só vez ela me perguntou se eu achava cedo demais para que ela procurasse um especialista em fertilidade.

Samantha parecia ao mesmo tempo angustiada e empolgada. Depois ela acabou revelando para mim que se sentia angustiada por mim, porque eu poderia pensar que ainda era muito cedo. Que eu ainda queria ficar mais um tempo sem ter um filho. E que ela também não sabia se poderia me dar.

Mas claro, eu dei total apoio a ela. Para mim um filho ou filha só iriam acrescentar mais amor entre nós. Pensei logo em uma menina linda e charmosa andado como a mãe pela casa, ou então um garotão para eu levá-lo ao jogo do Milan.

Depois de deixar mais que claro que eu eu queria esse bebê tanto quanto ela, procuramos indicação do melhor especialista da Itália. E foi ai que achamos o dr. Fernando Albacone. Ele nos orientou com tudo que tínhamos que fazer.

Samantha fez alguns exames, ultrassonografias, Histerossalpingografia e exames de sangues. O médico nos disse que sim ela tinha uma aderência nas trompas e isso dificultava, possivelmente causada pela queda brusca, a infecção e também a perda do bebê que ela esperava. Algumas correções teriam que ser feitas então decidimos começar logo o tratamento.

Foi retirado o implante anticoncepcional que ela usava. E ela começou a fazer o tratamento para a cura das "cicatrizes". Depois disso, doses de hormônios injetáveis foram dadas a ela durante doze dias consecutivos para estimular a produção de óvulos.

Claro que as contras indicações surgiram, ela sentiu fortes dores de cabeça, e náuseas também, mas quando eu perguntava como ela estava ela sempre me respondia que ia ficar tudo bem, percebemos também um pouco de secura vaginal. Conversamos com o médico e ele nos garantiu que era normal, em se tratando dos fortes medicamentos que ela estava tomando.

Enquanto aguardávamos, Sam começou a trabalhar comigo na Stalden, como já era de se esperar, tudo então estava perfeito, além de ter conquistado a minha esposa, eu também consegui a melhor profissional trabalhando comigo.

Um dia em uma ligação com o Evan, ele me pediu para devolver a ajudante dele que eu tinha roubado. Samantha é claro adorou o elogio. Mas a verdade é que ela sempre se propõe a fazer as coisas da melhor forma e ela faz

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Estou na minha sala no vigésimo andar da Stalden e ouço bater a porta.

- Entra. - Melyne coloca a cabeça para dentro.

- Está ocupado grandão?

- Nunca para você pirralha. - Faz tempo que eu não a chamo assim, antes ela não gostava mas hoje ela acabou sorrindo.

- Então grandão, tudo pronto, Gabriel Bonchinni já está me esperando em Florianópolis.

De repente me bate uma insegurança, uma vontade de falar para ela: - Então Mel, deixa isso pra lá, que eu mando outra pessoa. - Mas se eu fizer isso a minha pirralha vai surtar. Ela já fez todas as pesquisas, conversou com o Gabriel durante três meses consecutivos, programou essa viagem nos mínimos detalhes, de jeito nenhum eu tenho o direito de fazer isso com ela.

- Lui? Você me ouviu grandão? - Ela me tira dos meus pensamentos.

- Oi Mel, sim claro, já está tudo pronto, e quando você viaja?

Meu Pedaço do Paraíso - Livro 1 (Revisando)Where stories live. Discover now