40 . TÚNEL DO AMOR (RETA FINAL)

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Blake pega minha mão e me leva em direção ao nosso primeiro brinquedo, que assim como imaginei, se trata do carrossel. A princípio, se eu pudesse escolher, certamente iria junto dele na roda-gigante, contudo decido que é melhor permitir que ele conduza a nossa noite e me leve nas atrações conforme ele imaginou para o nosso primeiro encontro.

— Isso realmente irá funcionar?! — Questiono ainda perplexo com tudo o que vejo diante dos meus olhos.

Blake faz uma expressão misteriosa e então dá de ombros como se fingisse ser tolo.

— A intenção é que tudo funcione perfeitamente. Mas no entanto, não me culpe se formos para a emergência com um braço quebrado. — Ele responde em tom de brincadeira e soltando pequenos risos quando minha expressão se torna preocupada e com olhos arregalados.

Sei que Blake está brincando com essas palavras, mas não posso evitar de sentir uma leve pontada de hesitação me corroer quando penso na possibilidade de realmente sofrermos um acidente.

Não faço a mínima ideia de há quanto tempo esse parque possa estar abandonado, mas a julgar pelo estado dos brinquedos, eu diria que já fazem quase duas décadas que deixaram tais atrações por ali.

É estranho pensar que agora tudo magicamente está transformado como um passe de mágica. Bom, não necessariamente tudo está transformado, ainda é muito notório as marcas envelhecidas em cada brinquedo, mas devo dizer que o quer que Blake tenha feito com ou sem a ajuda de Seamus, este lugar ainda assim parece um verdadeiro paraíso infantil que eu viveria muito bem se Blake estivesse junto de mim eternamente.

— Nada vai acontecer, Cherry. Não esquenta com isso. Eu lhe doou garantia — Ele toca meu rosto e dá um beijinho na ponta do meu nariz me fazendo respirar fundo e por fim me tranquilizar.

— Tudo bem... — Murmuro devolvendo a ele um beijinho rápido em seus lábios que agora depois de frios pelo vento gelado da noite, parecem terem gosto de gin de melancia enlatado, peculiar, eu sei, mas ainda assim maravilhoso.

— E independentemente se quebrarmos um braço, acho que eu iria curtir isso. — Comento passando os braços em torno do pescoço dele.

Blake ergue uma sobrancelha tomando minha cintura com suas pesadas mãos que comprimem meus ossos que parecem frágeis ao toque grosseiro dele.

— Por que? — Ele pergunta tentando entender a situação.

Dou de ombros e ficando na ponta dos pés eu o beijo, e assim respondo:

— Porque ai poderíamos dividir um só quarto enquanto estivéssemos internado.

Blake fica com as bochechas em tonalidade escarlate e esboça um sorriso tímido para mim.

— Eu te amo tanto meu Cherry... — Ele beija minha bochecha e me envolve em um abraço amistoso, me fazendo afundar o rosto em seu peito e beijar seu tórax.

— Eu te amo muito mais, Blakey... — Sussurro com dificuldade abafada por ainda estar ali junto dele naquele afeto que tanto adoro.

Nós dois permanecemos ali parados por um longo minuto que pelo menos para mim, poderia ter durado pelo resto de toda minha vida. A brisa fria sopra me fazendo desejar aprofundar-me mais nos braços de Blake e me deitar junto dele naquela grama que não está muito bem cortada.

Estando ali com Blake naquele afetuoso abraço, eu me senti seguro, me senti em paz e livre de tudo e todos que pudesse me afligir. Me vi também disposto a estar ali por ele, e faze-lo sentir-se amado e protegido por mim também, e com isso, eu me esforcei ao máximo que pude para transmitir ao meu Blake uma energia positiva o suficiente para que ele notasse que eu estava ali por ele e que eu nunca o abandonaria.

APPLE HARVESTWhere stories live. Discover now