13 . BIPOLARIDADE A BORDO

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13 . Bipolaridade a Bordo

— Então quer dizer que você conhece metade da Europa mas nunca esteve na Austrália? — Pergunta Blake com descrença enquanto dirige.

Reviro os olhos para ele sem que ele possa perceber. Se para ele conhecer apenas a França, Grécia, Itália, Suíça, Suécia, Áustria, Dinamarca, Alemanha e o Luxemburgo contava como metade da Europa, eu não queria nem saber o que ele acharia se eu o contasse a respeito dos cruzeiros que fiz para o Caribe e também para a América do Sul que eu já estive a bordo.

Maldita hora em que abri minha boca para contar a ele sobre isso. Qual era o problema de ter viajado para alguns poucos países da Europa mas nunca ter viajado para a Oceania? Sempre foi Charles quem escolhia nossos destinos, logo, a culpa não era minha.

E além do mais, eu nunca pensei que pudesse haver algo de interessante para alguém como Charlie e eu na Austrália.

AH, MAS ACHO QUE AGORA VOCÊ MUDOU DE IDEIA, NÃO É?

Maldito subconsciente que esfrega na minha cara os meus erros e falhas. Eu não precisava de um sermão ético do meu próprio eu para saber que o caminho o qual eu estava trilhando não era um dos melhores.

— Eu já te falei isso. Você sabe muito bem que eu nunca estive aqui antes. — Respondo para ele tentando não fazer contato visual.

Ele me fita com uma sobrancelha erguida e um meio sorriso confuso no rosto.

— Quando foi que você me disse isso? — Questiona ele dando uma risadinha. — Eu me lembraria se você o tivesse feito.

Luto contra a vontade de revirar os olhos e tento me distrair momentaneamente com a vista para todos aqueles campos verdes que nos cercam.

Blake gosta de ser provocativo. Eu já havia dito que nunca estive na Austrália assim que cheguei a Melbourne. No entanto, talvez ele de fato tenha esquecido isso porque quando cheguei a Austrália, o tapete de boas-vindas que ele me estendeu foi um beijo quente inesperado e alguns amassos.

Ah, aquelas mãos me tocando. Embora tenha sido por cima das roupas, ainda sim me atrevo dizer que foi sensacional. Eu poderia facilmente ter me deixado levar por aquele homem instável e fazê-lo gozar também com simples amassos.

VOCÊ JÁ SE ESQUECEU DE CHARLIE, NÃO É? O QUE ELE PENSARIA SE IMAGINASSE QUE VOCÊ ANDA AMASSANDO OUTROS PAUS?

Mordo os lábios em própria repreensão. Oh, não quero nem pensar como Charlie iria reagir. Eu precisava me colocar no meu lugar e resistir à tentação. Eu tenho um noivo! Charlie me ama e eu o amo ainda mais!

VOCÊ NÃO O AMOU QUANDO SE DEIXOU LEVAR POR PENSAMENTOS COM BLAKE HARPER ENQUANTO SE MASTURBAVA.

Ah droga, já percebi que a única forma de manter esses pensamentos infernais de minhas próprias censuras fora da minha cabeça é me ocupando com diálogos com aqueles que me cercam.

— Falei isso para você logo que eu cheguei aqui. Ainda estávamos no aeroporto. — Digo reprimindo um sorriso malicioso por me pegar pensando no toque quente e áspero de Blake.

Ele faz um aceno de cabeça, olhando para mim de rabo de olho como se pudesse ver em minha mente aquilo que estou pensando a respeito dele.

O que ele diria se soubesse que minutos atrás imaginei ele me fudendo de bruços com as pernas bem abertas em minha nova cama? Isso me deixou tão excitado por alguns minutos que chegou a doer.

Puta merda, eu preciso aprender a me controlar, ou me tornaria viciado em bater punheta pensando em Blake Harper.

Charles arrancaria meu pau com uma faca de pão se ele ao menos sonhasse com uma coisa dessas.

APPLE HARVESTOnde histórias criam vida. Descubra agora