36 . EGOÍSMO (RETA FINAL)

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— Se isso te fazer sentir-se mais à vontade, eu tenho uma tela plana no meu quarto. Então podemos assistir filmes por lá se não quiser ficar na sala, Cody. — Matt comenta depois de sequer cinco minuto dirigindo e estacionando seu carro em frente à sua casa que está iluminada parcialmente pela luz azulada da varanda.

Sinto minhas bochechas ficarem coradas com a proposta de Matt, e como se já não bastasse a timidez que tomou conta de mim por imaginar o Sr. Hargensen flagrando seu filho junto de mim em seu sofá a aquelas altas horas da noite e pudesse vir a imaginar o pior sobre minha pessoa, eu nem me atrevi a imaginar qual seria a reação dele se pegasse Matthew e eu juntos em seu quarto... deitados em sua cama... juntos... assistindo um filme de possivelmente terror ou comédia romântica.

Ah! Puta merda! Tenho medo do caminho o qual essa minha decisão de ter aceitado ir para casa de Matthew possa me levar. Eu gosto de Matt, na realidade eu o amo, mas não da forma a qual ele gosta de mim.

Sei que não é do feitio de Matt não é daqueles que me agarraria na primeira oportunidade durante o filme, mas imagino que ele poderia querer decidir se aventurar em tentar me sondar para alguns beijos, e para sua tristeza, eu infelizmente teria de negar se assim ocorresse.

Contudo, Matt nunca demonstrou que é o tipo de homem que tenta algo a força com um alguém, sem que essa pessoa também expresse nitidamente algum sentimento em resposta ao dele e isso é reconfortante para mim.

Não quero pensar sequer em selinhos depois do que Blake me fez pensar. Não quero a partir de agora beijar outro homem que não seja Charles Ross.

Acredito que não poderei olhar para Blake novamente depois de ele ter me deixado pela segunda vez, não tenho forças o suficiente para sofrer em silêncio por muito tempo, então, o melhor que posso fazer, é aquilo que eu deveria ter feito desde o dia em que cheguei a Austrália. Eu irei ignorá-lo, me distanciarei o máximo que posso dos Harper até o dia em que Charlie me levar de volta para a América.

E por isso, decidi que depois que eu retornar para a casa de Naomi, eu irei permanecerei trancado em meu quarto, me contentando em assistir a filmes e seriados antigos até Charles bater na porta de Naomi para me levar ao aeroporto de Melbourne.

— Tudo bem, Matt. Eu e você podemos ficar bem na sala. — Respondo retornando dos meus pensamentos de tristeza causados por ninguém mais que somente eu. — Não quero incomodar você lhe fazendo me levar-me para o seu quarto. Já é o bastante você está me trazendo em sua casa para que eu possa espairecer a cabeça.

Matt desliga enfim o carro apesar de estar estacionado em frente à sua casa há quase cinco minutos, e depois de tirar o seu cinto de segurança, ele sorri para ternura com mim e leva seus dedos até meu rosto, o acariciando.

— Você não me incomoda, e sabe muito bem disso. — Ele diz em um murmúrio pacífico. — Eu já deveria ter lhe trazido aqui em casa antes. Não quero que em momento algum você se sinta desconfortável por nunca ter vindo aqui, meu amor. — Ele se inclina próximo a mim, e suavemente, desprende o meu cinto de segurança.

Não preciso nem dizer sobre o tamanho rubor que tomou conta do meu rosto e pescoço quando Matt fez isso. Oh minha nossa, espero que ele não esteja pensando que eu aceitei seu convite para passar a noite em sua casa para que possamos ter momentos de amor pela primeira vez.

— Obrigado, Matt... — Balbucio com timidez presente em minha voz e abro a porta do carro para que eu não fique tão envergonhado tanto quanto já estou.

Ele percebe o meu visível desconforto com sua última ação e suavemente morde seus lábios inferiores, acreditando que eu não posso ver, quando na realidade, consigo inclusive observar quando ele soca com seu jeito doce o volante do carro, por muito pouco acionando a buzina.

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