PRÓLOGO

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Dentro de mim, tudo se resumia no mais apavorante terror que já experimentei em toda a minha vida.

A preocupação apenas crescia não conforme os minutos passavam, e sim, durante cada novo segundo que era engolido pelo tempo.

Meu coração pulsava com a ansiedade mais infernal que se possa sentir.

Dentro da minha corrente sanguínea, o sangue tornou-se pó, e agora restavam apenas pequeninas formigas, que me afligiam em uma parte do meu corpo, incapaz de ser tocada para que a tortura fosse amenizada.

No entanto, eu pouco me importava com todo sofrimento que habitavam em meu peito, porque nenhuma daquelas emoções, poderiam serem comparadas ao horror que eu tinha quase certeza de que a minha outra metade estaria passando naquele segundo o qual eu encontrava-me deitado.

Me levantei da cama, sem fazer barulho para que o outro ao meu lado não despertasse e me impedisse de lutar por aquilo que eu realmente desejava.

Fujo do meu quarto, e caminho pelo piso de taco que sempre range ao ser pisado.

Sem fôlego, desci as escadas e adentrei na madrugada quente e silenciosa.

— Cody... - Seamus me chamou quando me aproximei da casa de sua família.

Tudo estava em um silêncio ensurdecedor que causava-me frio na espinha.

— Onde ele está? - Indaguei com o coração atravessado na garganta.

Minha única preocupação não estava ao lado do seu irmão, e eu me negava acreditar que isto significava algo ruim.

Me surge um pequeno palpite, mas o ignoro.

Seamus caminhou até onde eu estava, seus olhos oliva estavam marejados e vermelhos.

Minhas pernas tremem, e todo o oxigênio é excomungado do meu corpo.

— Vou te levar até ele... - Diz ele me estendendo a mão.

Hesito em tocar a mão de Seamus. Meus olhos foram invadidos por pequenas lágrimas quando o vi, sem estar na companhia daquele que era a minha metade.

— Seamus... - Sibilei com dificuldade.

Ele olha para mim, e morde os lábios sem saber como deveria reagir quando eu chorasse.

Ao longe, o sol começava a nascer, e o céu já se encontrava
colorido de ametista, rosa e laranja.

— Cody, não temos muito tempo. Por favor! - Implora Seamus ainda com a mão estendida para mim.

Tento me acalmar mas é impossível. Eu não saberia o que iria fazer se o meu palpite fosse comprovado.

— Ele... - Comecei porém Seamus me interrompeu antes.

— Ele quer te ver... Ele precisa de você, droga! - Exclama ele e pego sua mão, temendo aquilo que eu tinha noção que poderia ocorrer.

Seamus me guia até o celeiro, onde tudo entre eu e o meu fruto proibido iniciou.

Tudo poderia ter chegado ao fim? Eu o teria perdido para sempre?

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