Teóphilo - Capítulo 61

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– Ah meu Deus! Ah meu Deus! – Alessandra entra em desespero. – Bernardo o que você fez? Você a matou! – Ela pergunta em meio ao chora. Jogada no chão Bárbara sangra pelo corte na testa. Me afasto da cama e me inclino para ajudar minha amiga.

– Eu não faria isso se fosse você. – Paro meus movimentos ao ver a arma apontada para mim. – Fique quieto e se afaste, quero que saia do lado de minha mulher, Salazar. – Endireito-me e fixo meus olhos no homem a minha frente. – Agora, e isso não é um pedido. – Seu olhar diz não estar brincando.

Não quero contraria-lo... ainda, então dou alguns passos para trás ficando na cabeceira da cama onde Alessandra está. Bernardo é um homem alto, um corpo forte e um semblante sério, ele não demonstra suas emoções e isso de algum modo é ruim, pois a qualquer momento ele pode surtar e cometer um ato de loucura.

– Por que a está mantendo presa, Bernardo? – Ele dá de ombro e olha para onde Alessandra está deitada.

– Acho que quem deve fazer as perguntas aqui sou eu. Vocês quem invadiram minha casa, vieram sem ser convidados, então nada mais justo que eu o interrogue não é mesmo? – Ele dá um passo para trás e fecha a porta.

– E você pretende mantê-la assim, presa o resta da vida? Não acha melhor soltá-la? – Olho para Alessandra que franze o cenho.

– Me dê um bom motivo para que eu faça isso! – Ele ergue a cabeça de forma altiva.

– Eu posso enumerar vários se quiser e de verdade...acho que não preciso falar nada, pois você sabe. – Ele me olha e vejo confusão. Ótimo! Só Deus sabe o quão desesperado estou falando dessa forma. – Pra quem sempre me dizia que Alessandra era sua, e vivia jogando em minha cara a forma como a tomei como minha esposa, você está deixando a desejar, meu caro. Eu imaginava que a trataria melhor Bernardo, pois eu a tratava como uma rainha. Confesso que estou decepcionado. – Ele crispa os olhos e me olha de cima abaixo quando dou ênfase a essa frase. – Você foi bem esperto, Bernardo. As cartas, bilhetes e seus presentinhos foram bem originais, não deixou nenhum vestígio para que pudéssemos encontra-lo. Você foi meticuloso com tantas coisas, usando as luvas, sem fio cabelo, saliva, digitais, nada! Nenhuma evidência plantada. Como conseguiu fazer isso sem deixar pistas? Olha, nunca imaginei que quem fez isso seria alguém como você. – Estou o provocando, quero ver até onde ele vai, até onde ele consegue se segurar.

– Alguém como eu? – Ele ri. – Com certeza foi bem difícil encontrar alguma coisa que pudesse me incriminar, se e somente se eu tivesse digitais, ou até mesmo um fio de cabelo em meu corpo vocês teriam me pegado, mas como não tenho nada disso... – Seu sorriso se amplia ao passo em que ele começa a mexer no cabelo e retira a peruca e faz o mesmo com a barba em seu rosto. – Você achou mesmo que eu me deixaria incriminar trabalhando no ramo em que trabalho? Um único erro e tudo iria para os ares, e não era isso que eu queria que acontecesse, não antes de pegar o que era meu por direito. – Ele fica careca e com o rosto completamente limpo sem pêlo algum até mesmo em suas sobrancelhas. – Acho que fico bem de qualquer forma não é mesmo meu amor. – Ele fala olhando para Alessandra.

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