Não me veja.

Alessandra/Teóphilo - Capítulo 60.

GENTE, PRA QUEM LEU O CAPÍTULO 59 LOGO APÓS EU POSTAR QUERO QUE RELEIAM O FINAL DO CAPÍTULO, FIZ UMA PEQUENA ALTERAÇÃO NO FINAL DA FALA DO TEÓPHILO, ENTÃO DEEM UMA LIDA LÁ E DEPOIS VOLTEM PARA CÁ ASSIM FARÁ SENTIDO A CONTINUAÇÃO.

– TEÓPHILO, AQUI! ESTOU AQUI EM CIMA! TEÓPHILO! – Grito a plenos pulmões, batendo na vidraça da janela, tentando chamar a atenção dele para mim. Teóphilo olha para o alto, mas não me vê. Sinto um desespero enorme e começo a chorar, esmurro a janela quando vejo ele se afastar do portão. – NÃO! NÃO VÁ POR FAVOR! TÉO, ME TIRE DAQUI! – Choro e meu corpo treme com a intensidade do choro. Encosto minhas mãos e minha cabeça na janela e deixo a gravidade me levar ao chão.

Ouço o trinco da porta e ela ser aberta, passos suaves tomam o ambiente parando ao meu lado. Dentro de mim há uma mistura de dor, raiva, medo, frustração, ódio que não sei definir qual deles é mais ou menos intenso, pois todos eles estão misturados, ligados à minha alma de uma forma que é impossível decifra-los.

– Como você é tola minha doce Alessandra! Acho incrível como você nunca muda. – Ouço seu riso. – Ninguém pode te ver ou te ouvir. – Ele está calmo e sereno. – Somente nós que estamos dentro da casa, temos plena visão do mundo externo, as pessoas podem olhar para cá, mas não verão absolutamente nada. – Bernardo se abaixa e toca em meus cabelos. Não tenho forças para repeli-lo. – Eles podem ter nos encontrado, mas eles nunca a tirarão de mim, não de novo. Agora que eu a tenho em meus braços novamente, nós poderemos viver tudo o que sonhamos. Era isso que você sempre falava se lembra? Você me dizia para largarmos tudo e irmos para longe, morar no meio do nada, ter nossos filhos e cria-los à nossa maneira. Você dizia que queria uma casa grande, com vários quartos, um quintal enorme para podermos brincar com as crianças. Você sempre dizia que não se importava com posição social, ou com a grana que eu ganhava, você só queria que eu estivesse ao seu lado. E agora eu estou Alessandra, eu estou aqui, para ser o que você queria que eu fosse, eu estou bem aqui do seu lado, para te dar tudo o que você sempre quis, tudo. – Ele se inclina e cheira meu cabelo.

– Eu não sei quem você pensa que eu sou Bernardo, mas eu não sou ela, não sou essa pessoa. Eu só quero... – Fungo. – Ir embora, quero ir para minha casa. E eu NUNCA disse nada disso para você. Eu SEQUER o conhecia. – Tento me afastar de seu toque, mas ele me puxa meu cabelo.

– Eu sei que demorei muito para te trazer de volta, meu amor. – Ele abraça minha cabeça contra seu peito e alisa meus fios como se eu fosse uma criancinha. – Foram anos de espera, anos te vendo de longe e não podendo fazer nada. Vendo aqueles filhos da puta pegarem o que era meu. Você lembra como eu era tímido, e foi você quem veio conversar comigo depois que eu derrubei seus livros? – Ouço seu riso anasalado. – Você foi tão simpática comigo, não gritou me chamando de idiota como os outros alunos da faculdade faziam. Eu soube ali, naquele momento que seríamos nós para sempre, nós contra o mundo! Você Alessandra Diniz de Oliveira é minha alma gêmea. – Me afasto e ele apenas me olha.