Alessandra - Capítulo 11.

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Um carro sai do ponto A e vai para o ponto B em uma velocidade média de quarenta quilômetros por hora, em um tempo estimado de duas horas

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Um carro sai do ponto A e vai para o ponto B em uma velocidade média de quarenta quilômetros por hora, em um tempo estimado de duas horas. Calcule a distância percorrida.

Esta é uma questão de física que mais caia nas provas. Lembro-me que meu professor dava a quilometragem e eu como uma boa e estudiosa aluna, tinha que calcular qual era a distância que este bendito carro percorria do ponto A até o ponto B.

No momento estou tentando resolver esta questão, mas no caso aqui não é o carro e sim minha mente.

Minha cabeça ferve.

Meus pensamentos estão carregados, coberto por nuvens escuras.

Penso.

Penso.

Penso mais um pouco e não chego à conclusão nenhuma. Mesmo sabendo como resolver a questão eu não sei quanto meus pensamentos percorreram para eu tirar a prova real, para ver quanto ele se moveu ou se realmente eu saí do lugar.

Examinando melhor a situação, acho que na verdade eu andei em círculos, ou melhor acho que andei mesmo de um lado para o outro. Olha, pensando bem...sei lá! Acho que até meu raciocínio foi embora! Ele deve ter se cansado de mim, pediu uma folga e está por aí, dando uma volta para espairecer, coisa que não posso fazer.

Minha mente está pipocando, são tantas coisas a considerar, preciso ser cautelosa, ser prudente e ponderar com cuidado tudo o que ouvi e depois de tudo usar o bom senso para não fazer nenhuma besteira. Os pensamentos me invadem, se apoderam de mim chegando ao ponto de não ter nada coerente e certo a se fazer, para tomar uma atitude correta sem ser tachada de insensível. Ser chamada de cruel e impiedosa seria uma punhalada em minhas costas por isso preciso pensa, pensar e pensar.

Em um determinado dia após sair do trabalho, vi um carro diferente parado, estacionado do outro lado da rua da escola. Quando eu chegava ao local, o veículo já estava ali e, quando eu saia para ir para casa, ele permanecia no mesmo lugar. Achei até que fosse um novo funcionário que a escola havia contratado, mas vi que o quadro de funcionários continuava o mesmo. Alguns professores para ensinar e orientar os alunos, a diretora que administra a escola, o coordenador pedagógico, o zelador, seu Zé o faxineiro que uma vez por semana traz quebra-queixo para vender, o porteiro que nos trata com indiferença, pensando bem aquele homem com falta de... ele precisa de...deixa pra lá! Enfim, o corpo de funcionários não havia alterado.

Fiquei desconfiada, mas com o passar do tempo o carro continuou ali parado. Os dias foram transformados em semanas, então parei de me importar. Vi que era paranoia minha até um dia atrás.

**

Após sair da aula vi o mesmo carro parado naquele lugar de sempre, como já havia me acostumado com o veículo não dei importância, segui em direção ao meu carro mexendo em minha bolsa para pegar o molho de chave. Estava tão distraída que não notei quando dois homens se aproximaram, um de cada lado.

Não me veja.Where stories live. Discover now