Alessandra - Capítulo 25.

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EU AMEI!

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EU AMEI!

EU AMEI!

EU SIMPLESMENTE AMEI!

Ter aquele encontro com Teóphilo na cozinha não estava em meus mais humildes sonhos, se é que existe sonho humilde, mas... Mesmo se eu tivesse arquitetado um plano, daqueles mirabolante, daqueles de filme de ação, não daria certo, tenha certeza disso! Do jeito que sou pé frio era capaz de eu ficar sozinha no local esperando que ele aparecesse e no final eu estaria frustrada e entristecida.

O encontro foi muito bom, na verdade foi sensacional, mas pude sentir que ele é uma pessoa muito quebrada, sofrida e com muito medo. Sei que não sou a pessoa mais apropriada para dar conselhos, tenho partes em mim que estão completamente fragmentada, totalmente rompida e não sei se toda a dor, todo sofrimento, todo sangramento desta ferida, um dia se curará. É um quebra-cabeça com peças frágeis demais para se mover, são pequenas partes que penetraram em mim e que ao menor movimento ou tentativa de retirada me causa dores horrendas.

Sei que isso é necessário, essa retirada, mas toda vez dói, dói demais! Dói quando se lembra e quando se fala, quando se toca no assunto. Não sei quando a dor vai passar, sei, somente que desejo que isso passe e, vendo o quanto Teóphilo é infeliz, e ver a tristeza em sua voz, me fez ver que eu não sou a única que tenho fantasmas, que tenho dores, que tenho medos. Ele também tem os dele e creio que são tão assustadores quanto os meus, só não sei o quão profundas são. Espero um dia ouvir em sua voz que ele está bem, de verdade. Desejo isso de todo o meu coração.

Levanto-me atordoada e olho para o relógio do aparelho celular.

– Não, não, não! Como eu pude me atrasar tanto? – Vou correndo em direção ao banheiro. – Eu tinha que estar longe uma hora dessas. Mas que saco! – Faço minha higiene, infelizmente não tenho tempo de tomar um banho, ainda bem que ligo o ar-condicionado durante a noite senão acordaria como um picolé derretido devido ao calor excessivo. Sigo até o closet e me troco rapidamente, vou até quarto e fico em frente ao espelho e prendo meu cabelo, fazendo um rabo-de-cavalo. Ao terminar me encaminho até a mesa, ao me aproximar bato o dedinho no pé da mesa. – Meu Deus! Que dor! – Parece que meu pé inteiro foi quebrado. A dor irradiou para todo o pé. Sento-me na cadeira e fico ali gemendo de dor. Ouço um toque na porta e peço para entrar.

– Bom dia Alê, não vai tomar café? – Dona Guiomar fala ao colocar a cabeça para dentro do cômodo. Gemo de dor mais uma vez e ouço a porta se fechar. – O que aconteceu meu bem? – Olho em sua direção e ela puxa uma cadeira ao meu lado.

– Eu acordei atrasada dona Guiomar, estava me arrumando quando topei com o dedinho do pé da mesinha. – Ela faz uma careta de dor e eu tento colocar o pé o chão e firma-lo. – Carambolas, como isso dói, meu Deus do céu! Não sei se consigo colocar um sapato fechado hoje. – Me levanto com sua ajuda. – Acho que vou de rasteirinha dona Guiomar, não sei se vou aguentar um sapato fechado apertando meu dedo. – Olho para baixo e vejo meu dedo vermelho.

Não me veja.Where stories live. Discover now