Teóphilo/ Alessandra - Capítulo 58

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– Téo, como vai irmão? – Maxwell pergunta e isso enche meu coração.
– Oi Max, o que faz acordado até uma hora desses? – Ouço o farfalhar de lençol.

– Não consigo dormir. – Ele suspira. – Minha mente não desliga. Ela está tão cheia de teorias e tantas outras coisas que não consigo pregar os olhos. –  Ele solta o ar de forma ruidosa. –  Cara é tanto problema, tanta bucha para resolver que dá vontade de jogar tudo para o alto e sumir. –  Sorrio. – Sério irmão! Até sinto sono, mas não consigo dormir. – Ele funga. – Como você está? Estou muito preocupado com você. – Ouço seu suspiro.

– Na medida do possível bem Max! Uma hora está melhor, em outra pior, nada fora do normal para mim. – Ele funga novamente. – Cara aconteceu alguma coisa? Por que está fungando? – Será que ele está chorando?

– Não foi nada, é só um resfriado, nada de grave fique em tranquilo. Elisa tem me ajudado muito, ela comprou alguns comprimidos e xaropes, tenho tomado um chá que tia Dalva pediu para ela fazer para mim, preciso melhorar logo, cara! É horrível ficar com coriza ainda mais quando estamos no meio de uma reunião. – Sorrio. – Ela e Edgar tem trabalhado juntos e foram eles que acharam os erros. Ela também tem visto os processos contra a construtora, Elisa é muito boa no que faz. Fico admirado ao ver sua dedicação, Edgar está encantado, não parou de falar dela um só minuto. – Sinto que ele está enciumado. – Amanhã, teremos mais uma reunião com o pessoal da construtora. Você acredita que eles maquiaram os demonstrativos contábeis superfaturando a obra para obter vantagens? E pelo jeito não é só com nossa empresa que isso vem acontecendo. Eles têm obras em várias partes do Estado e por conta desse acidente com nossa fábrica eles serão investigados e se for provado eles estarão encrencados. – Ele espirra. 

– Se os caras fizessem o trabalho certinho, sem falcatruas, com certeza as coisas estariam seguindo um fluxo totalmente diferente, como eles escolheram enganar os outros então o fim deles é esse, cadeia e/ou prestação de serviço comunitário.  – Inclino minha cabeça no encosto do estofado do carro. – Mas, então a Elisa está gostando das investidas do Edgar? Por que meu caro, Elisa é um mulherão e só cego para não ver, né? Edgar é que está certo, uma garota assim não se acha em qualquer lugar, então tem que jogar com as armas que tem e ver se ela cai na rede se cair, é sereia! – Digo e ouço ele suspirar.

– Eu não sei como ela reagiu, não sou responsável por ela e muito menos por cuidar de Elisa. – Ele diz debochando. – Além disso ela é maior de idade, vacinada e sabe o que faz, se ela cair nas investidas dele... que ela faça bom proveito. – Dou risada ao ver como ele ainda não caiu em si e quando isso acontecer espero não ser tarde demais. – Bom, não liguei para falar de Elisa e sim saber como você está e se já sabem de alguma coisa. – Muda de assunto.

– Antes de sair de São Paulo, o DOPE encontrou as pessoas que pegaram Alessandra no aeroporto. Lá eles também encontraram o corpo do pai dela e... – Ele me interrompe.

– PUTZ! Cara, como isso aconteceu? Meu Deus, como a Alê deve estar? – Suspiro. – E a família dela já sabem? Quer dizer do que aconteceu ao seu sogro? – Diz sem respirar.

– É bem provável que todos já saibam. Assim que tia Guiomar e tia Dalva contaram para elas sobre o desaparecimento de Alessandra, elas foram para São Paulo. Nós conversamos um pouco e Bárbara deixou um delegado no comando para encontra-lo. Assistimos um vídeo no centro de Controle de Operações no Aeroporto de Guarulhos e nele vimos senhor Jamal e mais um homem saindo de lá como grandes amigos e horas depois ele foi identificado e dado como morto em um bairro da capital paulista. Não temos certeza, mas é bem provável que o pai de Alessandra esteja envolvido com o sequestro dela. – Ouço Maxwell xingar.

– Caramba! Parece até coisa de filme. Se isso for verdade, o pai dela é completamente desequilibrado Téo! Quem em sã consciência faria algo assim, que daria a filha... – Ele se cala.

Não me veja.Where stories live. Discover now