Não me veja.

Teóphilo - Capítulo 56

– Olha Teóphilo, estamos lidando com um cara que é viciado em jogos e que com certeza fará o que for preciso para fazer suas apostas e ganha-las. – Ele faz aspas na última palavra. – Precisamos das imagens em vídeo da clínica, precisamos comprovar as nossas dúvidas e não ficar tirando conclusões precipitadas. Temos que ter provas concretas do que aconteceu ali dentro e saber quem era o facilitador, quem burlava as regras para o senhor Jamal. – Anui.

– E como foi a conversa com seu colega, Paulo? – Bárbara pergunta e Paulo se senta.

– Contei a ele sobre as investigações e ele me disse que daqui a meia hora estará aqui para nos ajudar. Fábio disse que dá para saber a localização do aparelho por meio de alguns métodos. – Ele suspira. – Vamos torcer para que dê certo. – Todos anuem.

– Vai dar. – Ela diz e sorri fraco. – Enquanto estava conversando com a Milena, recebi um e-mail da Polícia Federal e eu queria que vocês lessem o conteúdo. Principalmente você Teóphilo, acho que você mais do que ninguém deve ver a mensagem. – Nos levantamos e seguimos para uma mesa onde o Major Nicolas nos orientou para que usássemos. Barbara se sentou à frente do computador e logo abriu seu e-mail, clicou na caixa de entrada e passamos a ler juntos.

Com o levantamento de suas fichas criminais, e o dossiê que foi pedido às pressas e que estamos lendo no momento, recebemos as informações sobre o casal que vimos no vídeo. O nome da mulher é Joseane de Jesus da Silva e do homem é André Paulino de Oliveira, ambos têm antecedentes criminal, o homem por latrocínio e a mulher por porte de drogas. No documento, vimos não apenas as informações vinda da polícia, mas também temos testemunhos de vizinhos. Os dois moram em Carmo do Rio Claro e eles trabalham para uma das empresas de segurança em Minas Gerais e a maior coincidência é que a empresa é a mesma que eu contratei.

– Vocês têm certeza de que o nome da empresa é esse mesmo? – Pergunto olhando para a tela do computador.

– Sim, tenho certeza. As informações que estão aí vem de Polícia Federal. Pedi para o Delegado Juarez consegui-las para mim. – Paulo diz. – Tudo o que leu aqui é só uma partícula do que o dossiê traz. Pedimos apenas as informações mais relevantes para agilizar o caso. – Ele se ergue e suspira. – Foram analisadas as imagens das câmeras várias vezes e em vários ângulos possíveis. As filmagens conseguiram captar claramente a fisionomia do casal então, enviamos as fotos dos dois para o delegado e através de um banco de dados na polícia conseguimos descobrir quem são, onde trabalham, renda, família, enfim tudo. – Me ergo e Bárbara continua analisando o e-mail. – Por que perguntou sobre o nome da empresa? Tem algo errado? – Suspiro.

– É que a BE Segurança e Vigilância LTDA é a empresa que contratei há alguns anos para atuar na proteção de minha família e da minha concomitantemente. – Bárbara para o que está fazendo e me olha. – Sei que são dois os donos, mas nunca conversei cara a cara com um deles, sempre converso por telefone e quando preciso de algo me reporto a Erick o outro dono. Uma vez em conversa ele me disse o quão excêntrico seu sócio era, mas quando o assunto se referia a empresa o cara era o melhor, tanto que as pessoas mais importantes da minha cidade e da região os procuram. A BE é uma das melhores e atua em vários outros Estados, tem vários serviços voltados não somente a segurança pessoal, mas em soluções para segurança empresarial, segurança eletrônica e serviços. – Digo.

– E qual o nome do outro sócio? – Bárbara questiona.

– Bernardo Guimarães Nogueira eu acho. Não tenho muita certeza. – Passo as mãos no cabelo. – Nesse momento preciso ligar para o Erick, pois ele além de dono da empresa é meu segurança pessoal. Quero saber mais detalhes sobre esse homem e se for ele mesmo quem pegou Alessandra qual o envolvimento dele com o sequestro dela. – Paulo anui.