XVII - Pela nossa amizade

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Já havia se passado uma semana desde o fatídico dia da luta

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Já havia se passado uma semana desde o fatídico dia da luta.

Aos poucos as coisas foram voltando ao normal no acampamento. Alguns campistas haviam se juntado para consertar tudo o que foi destruído e já estavam bem adiantados na reconstrução.

A maioria dos chalés já tinham janelas de novo, os buracos foram tampados de verdade, as pontes haviam sido refeitas e o armazém de artes e ofícios estava progredindo, já tinha mais uma parede erguida, em poucas semanas estaria totalmente restaurado.

Só que era perceptível que tínhamos sido atingidos pela onda da morte.

Foi uma decisão silenciosa e unânime não falar sobre a batalha da colina. Simplesmente seguíamos nossas vidas, indo as aulas e treinando, como sempre. Também decidiram suspender todos os jogos por duas semanas, não havia clima para diversão e ninguém reclamou dessa decisão.

Eu ajudei como pude, auxiliando a replantar os pés de morango, por mais que fosse um desastre com jardinagem, dei meu melhor em cavar buraquinhos para os pobres coitados esmagados. Carreguei pregos e tábuas para cima e para baixo. Também aparecia na enfermaria sempre que conseguia, ainda haviam muitos feridos, então eles precisavam de toda a ajuda que conseguissem.

Eu também tive muitas longas horas de aula particular com Percy. Ele enfiou na cabeça que eu precisava treinar para conseguir dominar meus poderes, os quais, diga-se de passagem, eu ainda nem tinha. Passei tanto tempo encarando copos de cheios de água que minha cabeça doía só de pensar em fazer isso de novo.

Mas, mesmo com essas muitas horas que passamos juntos, ele parecia distante, parecia preocupado com alguma coisa. Vivia pelos cantos conversando em cochichos, seu semblante sempre estava franzido e inquieto. Certo dia acabei, sem querer, ouvindo ele e Grover conversando no chalé durante a tarde.

— ...ter que ir atrás — ele dizia — Precisamos saber mais sobre isso.

— Não sei se é uma boa ideia pedir uma missão agora — Grover disse nervoso — Acho que Quíron não autorizaria. O que Annabeth te disse?

— Que precisamos ir atrás disso.

— Oh Estige — ele baliu — Eu queria que conseguíssemos passar um tempo em paz, sem toda essa loucura.

Não fiquei para ouvir o restante da conversa, dei o fora dali.

Também tentei falar com Dionísio, eu estava muito curiosa para entender o porquê ele havia feito aquilo comigo. Porém, quando o interroguei ele se limitou apenas a erguer seus olhos tediosos em minha direção e dizer em claro tom de desinteresse:

— Eu fiz aquilo porque você, por si só, já é um desastre com uma espada em mãos. Agora imagine em um campo de batalha, mal saberia quem atacar e quem proteger. Foi um favor que te fiz, Meline, deveria me agradecer.

E voltou a sua Diet Coke, ignorando completamente a minha presença.

Eu já disse que minha vontade era afundar a cara daquele sujeito no soco?

(Sobre)vivendo ao novo │✔│Where stories live. Discover now