XXIX - Ponto de inflexão

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Busquei em minha mente a técnica de desarme que havia aprendido

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Busquei em minha mente a técnica de desarme que havia aprendido. Com cautela, escorreguei minha lâmina no comprimento da sua, parando rente a sua base. Em um movimento ligeiro girei meu punho com toda força, o obrigando a abrir a mão.

— Rá! — dei um pulinho de comemoração.

— Bravo — disse enquanto se abaixava e retomava sua espada — Mais 100 repetições.

Não era bem isso que eu queria, mas empunhei de novo minha lâmina.

Fiz mais cem vezes esse movimento. Cem vezes. Já estava cansada de tanto fazer aquela manobra, havia virado um robô. Depois, começamos com algumas estocadas acompanhadas da técnica, evoluindo para alguns outros tipos de ataques e suas variações. Já estávamos nisso a, pelo menos, duas horas quando, ao invés de derrubar sua espada, eu tirei minha lâmina, lhe dando espaço para contra atacar.

— Não irei te desarmar — falei — Quero duelar, o que acha? Hai coraggio, ragazzo? (tem coragem, garoto?).

Luke sorriu de modo orgulhoso.

— Imaginei que falaria isso — e girou sua espada em volta da mão — Quem imobilizar o outro primeiro ganha, o que acha?

— O que eu ganho? — cruzei meus braços, queria algo em troca.

— Além de experiência? — seu cenho estava franzido.

Experiência é uma ova, eu quero mais.

— Quero uma viagem para a Itália — falei firme —Se eu ganhar, você vai comigo para a casa da nonna, além de fazer tudo o que eu quiser lá, sem pestanejar.

— Pelos deuses, Meli — Luke arfou — Seus gostos são muito caros, sabia?

Dei de ombros.

— Você sempre soube onde estava se metendo, ragazzo.

Ele riu, balançando a cabeça. Era inteligente o suficiente para saber que eu não mudaria de opinião, então não teimou.

— Se eu ganhar — disse me cutucando com a ponta de sua espada — Quero que volte para o acampamento Meio Sangue.

Arregalei meus olhos sem entender nada, só podia ser brincadeira.

— Sem chance.

— Por favor — suplicou — Lá é mais seguro para você, sabe disso. Pelo menos enquanto essa guerra não termina — então sua expressão vacilou, como se tivesse se lembrado subitamente de algo. Fitou o chão por um milésimo de segundo antes voltar a sorrir de modo habitual novamente — Por favor, Meli, você sabe que eu estou certo. Além do mais é o que eu quero — me cutucou novamente — Sem pestanejar.

Se ele soubesse onde eu queria enfiar aquela maldita espada.

Bufei em claro sinal de desgosto.

— Faça como quiser — estralei minhas mãos, me aquecendo — Isso só serve de motivação para que eu ganhe mesmo.

(Sobre)vivendo ao novo │✔│Where stories live. Discover now