XV - Deja vu

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Uma risada maquiavélica e pesada ressoou de dentro do conselho olimpiano, fazendo com que tudo a minha volta esfriasse ainda mais

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Uma risada maquiavélica e pesada ressoou de dentro do conselho olimpiano, fazendo com que tudo a minha volta esfriasse ainda mais.

Ativei minha espada e inspirei profundamente, tomando coragem para chegar até o topo daquele monte e fazer o que era preciso.

Não pense muito, Melissa. Apenas faça. Disse a mim mesma com convicção. Não pense. Apenas faça.

Precisei forçar meus pés a não estacarem no meio do caminho. Estava com tanto medo que meu instinto de sobrevivência gritava para que eu desse o fora dali, me sentia uma criança assustada.

Estava cansada daquilo, cansada de sentir medo, cansada de ser feita de fantoche por qualquer um que quisesse isso. Eu iria derrotar Cronos e iria mandá-lo de volta para o lugar de onde jamais deveria ter saído.

Cheguei ao fim das escadarias, as portas haviam sido arrancadas com brutalidade, quebrando todo o mármore em volta. Adentrei com cautela a grandiosa sala, meus passos ecoavam por todo o lugar, quase como sinos anunciando minha chegada. Os tronos haviam sido destruídos, com exceção do trono de Zeus. Ele fora o único que sobrara em pé, e estava sendo usado.

Usado por Luke.

Era Luke ali, mais magro e abatido, com olhos dourados horripilantes no lugar de seus azuis universo e um semblante maligno estampado no rosto. Mas, ainda assim, era Luke, era o seu corpo.

Meu coração errou uma batida, apertei meus dedos em torno de minha espada, me lembrando de que eu estava ali para lutar. Aquele era Cronos, precisava me lembrar disso. Não poderia permitir que ele jogasse comigo. Não de novo.

— Melissa Kanaderes — seus lábios róseos desenharam um sorriso sarcástico. Sua voz era grave e antiga, parecia exalar poder — É uma prazer revê-la, veio se curvar a mim?

— Nem ferrando — vociferei, minha voz saía trêmula como quando colocamos a cara em frente a um ventilador e falamos — O que fez com as pessoas lá fora?

Cronos desceu tranquilamente do trono e caminhou em minha direção. Cada passo seu parecia fazer tudo em volta tremer.

— Eu congelei o tempo — ele parou a cerca de dois metros de mim, esticando os braços gloriosamente — Ainda não estão mortos. Mas, em breve tudo isso aqui irá explodir junto com qualquer lembrança dos deuses e de seu ridículo governo.

— Acho que o único que irá explodir aqui é você.

Os olhos dourados de Cronos cintilaram de um jeito sombrio. A forma como ele sorria era maldosa, como se tudo o que houvesse em seu interior fosse a mais pura maldade, o que deveria ser verdade.

— Ainda defende os deuses, minha querida? Ainda é tola o suficiente para defender aqueles que a querem morta?

Titubeei ao ouvir aquilo, o que fez Cronos escancarar outro sorriso orgulhoso e embalar no que estava falando.

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