Escapada Noturna

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Eu estava em casa naquela sexta-feira à noite, completamente entediada e com nenhuma animação até para escrever. Passamos a semana inteira tentando acabar com o ridículo boato de que eu namorava o Bessho-kun e que a Hana-chan era a amante do mais alto. Troquei algumas mensagens com o Shouyo antes de receber uma ligação do Hoshiumi-san.

-Está ocupada? - Ele perguntou assim que eu atendi e fiz uma careta.

-Não, por que?

-Quer em um encontro comigo? Prometo te deixar em casa antes da meia-noite. - Ele brincou e eu ri.

-Até queria, mas estou de castigo desde o começo da semana por responder minha mãe. - Eu resmunguei irritada, mas não me arrependia de nenhuma das palavras que disse no começo da semana.

-Nem se você sair escondida? Acabei de saber que está acontecendo uma pequena feira de eventos para jovens escritores e só vai ser por hoje. - Ele disse e eu mordi o lábio, tentada a ir.

-Posso tentar, de que horas nos encontramos? - Perguntei, sentindo o coração acelerar devido à adrenalina de fazer algo proibido.

-Estou na esquina da sua casa. Quando sair, é só correr em direção ao parque. Meu irmão vai nos levar e a volta é por minha conta. - Ele dizia animado.

-Vou me arrumar e já desço. - Avisei e desliguei. Correndo para ver alguma roupa bonita para sair com o albino.

Como o clima já estava esfriando consideravelmente, decidi colocar um moletom cinza com um vestido preto com zíper na frente. Além dessas peças, coloquei uma meia calça também preta que ia até quase metade das minhas coxas e uma botinha da mesma cor, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e fiz uma pequena e rápida maquiagem, trocando os meus óculos pelas lentes de contato e me aproximei da janela.

-A porta! - Eu resmunguei baixinho, voltando até o outro lado do quarto e trancando a porta, mas não antes de gritar que estava indo dormir para os meus pais.

Como minha janela não era virada para a rua, eu precisava pular o primeiro andar e dar a volta na casa. O problema maior era que eu nunca tinha feito nada minimamente parecido com aquilo. Olhei ao redor do meu quarto e vi uma corda que eu costumava usar para brincar.

-Vai ser assim mesmo. - Resmunguei e a prendi na cabeceira da cama. Aquela corda sequer chegava à metade do caminho que eu precisava pular, mas seria o suficiente para que eu não me machucasse ao soltar a corda.

Quando aterrissei no chão, coloquei as duas mãos na boca para segurar a risada incrédula que quase saiu ao ver que aquele plano realmente tinha dado certo. Me abaixo e sai do quintal, torcendo para que meus pais não me vissem. Ao sair de perto de casa, corri como se não houvesse amanhã e só parei ao trombar e quase derrubar os dois Hoshiumi's que estavam à minha espera.

-Desculpa! - Eu disse, sentindo as mãos do meu senpai em minha cintura, me firmando melhor no chão.

-Sem problemas. - O albino disse e olhou o irmão, que suspirou e se endireitou antes de se curvar na minha direção, me fazendo arregalar os olhos.

-Sinto muito por minhas palavras naquele dia. - Ele pediu e eu relaxei.

-Não precisa, eu entendo o seu lado. - Eu disse e ele sorriu, logo começou a nos fazer andar em direção ao carro que nos esperava ali perto.

O caminho no carro foi com o Akimoto-san, como ele me pedira para chamá-lo, ouvindo a minha explicação do meu lado da história, mesmo que ele já esteja sabendo de tudo por causa do irmão mais novo. Quando chegamos, o mais velho me pediu desculpas novamente e desejou que a gente se aproveitasse bastante.

O Pequeno GiganteWhere stories live. Discover now