Ciúmes...?

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AVISO: PALAVRAS DE BAIXO CALÃO, VIOLÊNCIA E BULLYING

Depois do dia no parque de diversões, acabei passando alguns dias sem poder correr com o Hoshiumi-senpai, pois tinha adoecido e quando contei o que eu tinha passado ao Shouyo, ele riu muito antes de perguntar como eu estava no momento.

Hoje era a volta das nossas aulas e eu estava um pouco aliviada, pois era horrível ficar tanto tempo em casa sem fazer nada além de correr pelas manhãs com o ace do time de vôlei. Não pudemos vir juntos para a escola hoje porque ele tinha treino matinal e saiu muito mais cedo do que eu. Não o vi o dia todo, mas ver o quão cansado o Bessho-kun estava me fez ter a certeza de que todo mundo estaria exausto hoje.

-Sakurako, tem algo pendurado no seu armário. - Bessho-kun disse apontando, sorri largo antes de me aproximar e puxar o bilhete da vez.

Shakespeare disse uma vez: Eu aprendi que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito. E o que eu escolho é estar perto de você, mesmo que você nunca sinta o mesmo que eu

Corei fortemente antes de sorrir, mas logo em seguida desanimei, pois não teria como responder o bilhete. Não tinha a menor ideia de como fazer isso e pensar em estar perto de outra pessoa que não fosse o Hoshiumi-senpai me deixou com um gosto estranho na boca. Não que eu fosse apaixonada por ele, mas seria estranho ficar próxima de outra pessoa sem ser ele.

-O que está fazendo, Amaya? - Ouvi a voz do albino atrás de mim e antes que pudesse me virar, ele leu o bilhete e eu notei um brilho diferente em seu olhar antes de sorrir parecendo meio forçado - Está namorando?

-Não, é uma pessoa anônima que me manda bilhetes desde um pouco antes das férias. Não faço ideia de quem seja ou de como responder a essa pessoa. - Expliquei e ele assentiu.

-Pretende corresponder a esses sentimentos? - Ele perguntou e eu fiquei pensativa por alguns segundos.

-Não acho que seja possível me apaixonar por alguém que não tem nem coragem de se mostrar para mim, mas confesso que gosto dos bilhetes. - Expliquei e ele fez um gesto como se entendesse o que eu queria dizer.

Depois disso, eu guardei minhas coisas no meu armário e fui com o mais velho para o refeitório, ele me explicava que quando tinha treino matinal, não corria por estar exausto demais. Enquanto estávamos na fila, vi que a mesma garota que sempre tentava me ameaçar me olhava furiosa e indignada, como se quisesse arrancar minha cabeça fora, mas eu apenas a ignorei.

-Por que a Makino não para de te olhar? - Hoshiumi-senpai perguntou, me olhando confuso.

-Ela continua me ameaçando para que me afaste do pessoal do clube de vôlei e principalmente de você. - Expliquei e ele bufou estressado.

-Me desculpe por isso, saímos algumas vezes no ano passado e agora ela acha que nenhuma garota pode se aproximar de mim. - Ele disse e eu senti uma tristeza ao saber que ele já tinha saído com ela, só não entendia o motivo daquele sentimento surgir. - Prometo falar com ela e dizer que eu e você somos só amigos e que ela precisa parar com esse ciúmes possessivo e desnecessário.

-Certo - Eu disse um tanto azeda.

Nosso almoço entre os garotos tinha sido estranho para mim, pois eu não falava nada e quando me perguntavam eu apenas sorria e dizia não ser nada. Depois que voltei para a sala de aula, estava me sentindo estressada demais até mesmo para escrever e aquilo me deixou ainda mais irritada, principalmente quando a Makino entrou na minha sala, sendo seguida pela Yoru, uma garota da minha sala que a seguia para cima e para baixo desde o começo do ano.

O Pequeno GiganteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora