Fuga

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A semana seguiu tranquilamente, mesmo que eu ainda fosse alvo de olhares tortos de algumas garotas por andar com o Hoshiumi-senpai e com o Bessho-kun, eu realmente não ligava para aquilo e sobre o bilhete, ainda não tinha recebido mais nenhum o que me me deixou com a sensação de que provavelmente tinham errado a pessoa que deveria receber o tal papel. Suspirei desanimada com aquilo, não que eu estivesse procurando um namorado, mas tinha sido legal de se receber aquele bilhetinho.

-Que suspiro longo, bloqueio criativo? - Bessho-kun perguntou sentando-se à minha frente.

-Não. - Eu disse e hesitei um pouco, mas resolvi contar ao moreno sobre o bilhete e o que eu pensava sobre aquilo - Na segunda eu recebi um bilhete fofo e por alguns dias, achei que receberia outros, mas já estamos na sexta-feira e nem sinal de outro bilhete. O que me faz acreditar que erraram a pessoa que era para receber o papel.

-Você queria receber mais? - Ele perguntou e eu fiz um biquinho enquanto concordava - Achei que não quisesse namorar tão cedo.

-Não quero, mas achei fofo o bilhete e ele me deixou mais inspirada para escrever. - Eu expliquei e ele concordou.

Nossa conversa teve de ser parada naquele momento, pois a professora de física chegou para começar a aula e eu precisava prestar bastante atenção, era péssima em exatas. Quando fomos para o intervalo do almoço, Bessho-kun me disse que iria primeiro falar com os senpais do time de vôlei para tirar uma dúvida, eu concordei e fui para a fila pegar meu almoço.

Depois do almoço, dessa vez sozinha já que o Bessho-kun estava ocupado com o time de vôlei, voltei para a minha sala e quando fui pegar meu caderno, notei um post-it amarelo colado nele, meu coração acelerou ao imaginar que poderia ser outro bilhete da mesma pessoa desconhecida que me mandou a primeira notinha na segunda. Nessa dizia:

Desculpe a demora em te mandar um novo bilhete, preciso procurar em livros que nunca li, pois quero te impressionar. Clarice Lispector disse uma vez que cada pessoa é um mundo, mas o que devo fazer se você está se tornando o meu mundo?

Não consegui evitar de sorrir e corar com aquele bilhete simples e fofo, além de quê, a pessoa ainda teve a consideração de me explicar o motivo de eu não receber outros durante a semana. Sorri largo enquanto guardava o post-it dentro do meu caderno, não queria correr o risco de perdê-lo ou algo do tipo.

Bessho-kun entrou na sala logo em seguida e me olhou confuso, apenas sorri e disse que tinha recebido mais um bilhete, o que o fez dar uma risadinha. Quando as aulas do dia acabaram, eu voltei para casa e mandei, novamente, inúmeras mensagens para o Shouyo sobre o bilhete que recebi naquele dia.

Depois do meu pequeno surto com meu melhor amigo, larguei meu celular e fui estudar. Precisava tirar notas altas se quisesse ir vê-lo no final do mês. Passei o final de semana inteiro estudando e me preparando, as provas seriam em duas semanas, Shouyo me disse que também estava se esforçando para tirar notas que fossem o suficientes para que pudesse continuar jogando e participar de um acampamento de verão, ou algo assim.

-Amaya? - Meu pai chamou, batendo na porta do meu quarto antes de abrir - Conhece algum Hoshiumi que estude na sua escola?

-Sim, é meu senpai. Às vezes vamos juntos para a escola, pois ele me disse que a minha casa é caminho da dele. - Eu disse confusa com o assunto repentino - Por que a pergunta?

-Vocês são próximos? - Ele perguntou e eu fiquei ainda mais confusa.

-Acho que sim, nós conversamos e tudo o mais, mas também não somos exatamente próximos. - Eu disse e o mais velho assentiu - Por que isso, papai?

-A mãe dele é a minha chefe, tente se aproximar mais dele. Assim posso me aproximar mais da mãe dele e talvez conseguir uma boa promoção antes do final do ano. - Ele disse e eu abri a boca chocada e indignada.

-Não vou me aproximar dele para o senhor se aproveitar disso, é errado! - Eu disse e ele revirou os olhos.

-Apenas pedi que fosse amiga dele e não que o namorasse, claro que seria ainda melhor, mas não fique agindo como se eu estivesse te pedindo algo horrendo. - Papai disse antes de sair do meu quarto e eu bufei indignada.

Acabei até mesmo perdendo a vontade em continuar a estudar. Resolvi fazer uma pequena loucura e por isso troquei de roupa, colocando um short preto e uma camiseta cinza com a estampa da banda The Neighbourhood, calcei um tênis que estava largado ao lado do meu guarda roupa e antes de sair do quarto peguei meu caderno e meu celular, colocando ambos numa pequena bolsa que tinha atrás da porta do meu quarto. Desci com cuidado e peguei minhas chaves tentando evitar fazer barulho, meus pais nunca me deixariam sair naquele horário por, na concepção deles, ser perigoso e sequer passava das 19h30.

Consegui sair de casa e ao fechar a porta, corri para longe. Sabia que tinha um parque no sentido oposto ao da escola, pretendia ir para lá ficar um pouco sozinha e me distrair um pouco. Ao chegar no parque, desabei em um banquinho e ergui o rosto, respirando fundo e fechando os olhos enquanto sentia o vento gelado bater na minha pele.

-Você ‘tá bem? - Abri os olhos devido ao susto de ouvir a voz do Hoshiumi-senpai ali, ele estava na minha frente e o mais velho me olhava confuso, parecendo preocupado - Vi você chegar correndo e depois se jogar aí.

-Vou ficar bem, apenas não estou acostumada a correr. Se eu viesse andando, meus pais conseguiriam me achar e me fazer voltar para casa e eu não quero isso, pelo menos não agora. - Eu expliquei e ele assentiu, se sentando do meu lado - O que faz aqui, senpai?

-Moro entrando naquela rua. - Ele disse apontando para uma rua à esquerda de onde estávamos. - E você, por que fugiu de casa?

-Só queria me distrair um pouco. - Eu disse, não teria coragem de falar que meu pai praticamente exigiu que eu fizesse amizade com ele para conseguir uma promoção no emprego novo.

Fiquei conversando com o Hoshiumi-senpai por quase duas horas antes dos meus pais me ligarem furiosos por não saberem onde eu estava e por ter saído sem a permissão de ambos. O albino me acompanhou até a minha casa e ficou esperando que eu entrasse para ir embora, foi naquele momento em específico que eu percebi que não poderia mais negar que ele era sim meu amigo, mesmo com todas as implicâncias que tínhamos.

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Eu não tenho muito o que falar desse capítulo, mas ele é importante para a transição onde a amizade da Amaya e do Hoshiumi vai ficando mais forte e novos sentimentos podem começar a despertar kkkkk

Ps: vou ficar algum tempo sem postar capítulos surpresas, estou com bloqueio criativo e travei no capítulo 11. Então eu não posso postar nenhum capítulo extra, pq aí o capítulo da semana que vem iria atrasar 💔

Eu não vou parar de escrever e postar, mas eu notei que a história vem tendo uma queda crescente nas visualizações, por acaso a história não está mais agradando vocês?? Tem algo que está incomodando com o decorrer da história?? Por favor, me falem se isso está acontecendo, assim posso tentar melhorar a história ainda mais...

Pergunta do capítulo de hoje: Qual é a coisa que vocês mais tem medo??

Me: Adoraria dizer que é a minha fobia a ratos, mas tem algo (alguém na verdade) que me aterroriza de uma forma tão absurda, que me causa ataques de pânico só de imaginar estar no mesmo ambiente que essa pessoa. Infelizmente eu não posso dizer quem é, mas fiquem tranquiles que essa pessoa nunca tocou em mim, porém no início da minha adolescência me fazia uma chantagem emocional tão grande, que me rendeu traumas até hoje, incluindo esse pavor absurdo que sinto...

O Pequeno GiganteUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum