Doente - Parte 02

611 70 45
                                    

Não posso negar que fiquei surpresa em ver que o quarto do mais velho era bem organizado e limpo. Quando se abria a porta, era possível ver vários pôsteres de jogadores de vôlei pelo quarto, principalmente colados ao guarda-roupas, do lado direito da porta tinha a cama que era num estilo beliche, mas onde deveria ter uma cama na parte de baixo, tinha um sofá e uma televisão acoplada à parede. Do lado esquerdo tinha uma escrivaninha com o material escolar organizado e de frente com a pequena área de estudos tinha a janela com cortinas azuis. As paredes eram em um tom fosco de azul acinzentado, com exceção da parede com a porta, pois essa tinha um papel de parede de tijolos.

Coloquei os remédios na escrivaninha e minha mochila no chão ao lado do móvel, indo me sentar no sofá em seguida, avisando aos senpais que o albino estava bem e que eu iria ajudá-lo um pouco antes de ir para casa. Também avisei meus pais que iria demorar a chegar em casa, mas não dei muitos detalhes e por sorte eles também não perguntaram.

-Demorei muito? - Kou-san perguntou entrando com uma toalha no pescoço, a qual ele usava apenas uma ponta para enxugar o cabelo.

-Não. - Eu disse dando de ombros e largando meu celular para ir em sua direção. - Senta ali na cadeira, eu enxugo seu cabelo.

-Certo. - Ele disse e se sentou, peguei ambas as pontas da toalha e comecei a passar com calma em seus fios - Onde está o material que pegou com o Sachirou e o Gao?

Na minha mochila, ali no chão. - Eu disse e voltamos a ficar em silêncio por mais alguns segundos, antes de me afastar com a toalha úmida de si - Pronto.

-Obrigado. - Kou-san disse se levantando com um pequeno sorrio, ele se aproximou de mim como se fosse me abraçar, ou me beijar, mas parou e foi em direção a minha mochila - Esqueci que estou doente, desculpe.

-Tudo bem. - Disse tentando não transparecer a pequena frustração que sentia. Coloquei a toalha na cadeira que o albino estava sentado antes e fui até a sacola com remédios. - Você precisa tomar isso aqui, senpai, para que a febre não volte a ficar alta e esse daqui 'pra ajudar a aumentar sua imunidade.

Assim que eu me virei, Kou-san começou a andar na minha direção e eu acabei indo para trás, confusa com sua atitude, até estar presa entre o guarda-roupa e ele. O mais velho colocou ambas as mãos ao lado do meu rosto e me olhou seriamente, me sentia nervosa e um pouco ansiosa para saber o porquê dele estar fazendo tudo aquilo, até o albino suspirou e começou a falar.

-Não me chame de senpai ou pelo meu sobrenome, eu só quero que me chame desse jeitinho fofo que só você faz. - Ele disse sério e eu senti meu rosto queimar completamente - May, mesmo na frente de outros, continue me chamando de Kou-san.

-Saiu por costume, Kou-san. - Eu disse baixinho.

-Eu realmente gosto de você. - O albino disse repentinamente enquanto apoiava a cabeça no meu ombro e eu sentia que meu coração iria explodir só por ter ouvido suas palavras. Hesitei um pouco, mas passei meus braços por seu tronco e fechei os olhos, aproveitando o contato.

-Eu também gosto de você, Kou-san. - Eu disse baixinho, já que seu ouvido estava próximo da minha boca.

Ficamos por alguns minutos daquele jeito, até o albino decidir que deveríamos ver um filme antes de eu ter de ir embora. Sorri com a ideia e decidimos ver algum filme de ação, já que eu não gostava de filmes de terror ou de romance por serem assustadores ou clichês demais. Kou-san fez pipoca e eu abri o saco de marshmallows que tinha comprado, ele sentou no sofá e me pediu para deitar entre suas pernas, pois queria ficar o máximo possível perto de mim.

Acabei fazendo o que ele me pediu e ficamos nessa posição até o filme acabar e começarmos a ver algum desenho, só para demorarmos mais um pouco para sairmos daquela posição. Foi quando vi que estava escurecendo que me levantei.

O Pequeno GiganteWhere stories live. Discover now