Simplesmente era "fácil" aquele aprendizado. Apenas não se envolva com coisas erradas ou pessoas erradas, mas S/n não conseguia destinguir quem eram os certos e quem eram os errados. Capaz de ser um amigo próximo ou não, um parente... professor... e...
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POV'S S/N
Estava tensa ao ver meu melhor amigo de infância naquela situação. Eu vou ajudá-lo, com certeza vou. Mas só de pensar que aquela maldita gangue fez aquilo com ele me dá aos nervos, trás uma tristeza enorme e um aperto no coração.
Abri o kit de primeiros socorros, peguei primeiro a blusa que Aidan estava vestido, era uma jaqueta jeans com um nome “Califórnia” estampado. Tirei ela de seu corpo mostrando mais machucados.
Respiro fundo e começo a limpar os mesmos com bastante cuidado, as vezes eu pesava a mão sem querer e acabava batendo a unha onde mais estava doendo nele. Mas não foi porquê eu quis.
Aidan: Espere um minuto, a dor está absurda! ─ As expressões dele eram apenas uma, de dor, apenas dor.
S/n: Desculpe...
Aidan: Não foi você, são apenas machucados...
S/n: Estão profundos...
Aidan: Amanhã não vou poder ir com você na escola...
S/n: Não precisa se preocupar com isso Aidan, única coisa que ambos devemos nos preocupar é com o seu bem-estar físico e mental.
Aidan: O físico está todo fodido e o mental então... Nem se fala.
S/n: Você vai melhorar, acredito nisso. ─ Sorri de canto.
Aidan: Por que ainda continua sendo minha amiga? Eu sou um homem todo errado, S/n...
S/n: Não vamos discutir isso agora, Ryan. O foco são seus machucados... ─ Bato sem querer novamente com a unha fazendo ele gemer de dor ─ Foi mal...
Continuei limpando todos os que via pela frente, depois passei uma pomada ao redor e coloquei gaze onde poderia e band-aid nos menores cortes. Em seu rosto haviam alguns, portanto apenas passei a pomada já que não era tão fundo.
Enquanto eu passava uma perto de sua boca ele me olhava nos olhos e na minha boca em frequência.
S/n: Honestamente, da pra parar de pensar merda? Cara, você tá todo quebrado e pensando em... ─ Ele me interrompe.
Aidan: Pensando em você, o tanto que você é linda, o tanto que você é incrível. Isso sim que eu estava pensando, e não em sexo. ─ Me calou, deixando sem respostas depois dessa.
Respirei fundo e ele continuou com aqueles olhares tentadores em mim. O vizinho dele veio com uma música novamente, sempre que eu chegava aqui ele sabia que eu estava e colocava uma música.
Ele é um velhinho de setenta e seis anos, muito legal e autêntico. Gosto de vê-lo. A música que ele colocou foi “The Wisp Sings”, Aidan me olhou confuso.
Aidan: Já vai ser a segunda vez que ele repete essa música só hoje...
S/n: Você não ficou sabendo...? ─ O olho meio cabisbaixa.
Aidan: De que? ─ Levantou uma sobrancelha.
S/n: Senhor Rodolph, o vizinho ali perdeu sua esposa Rose há dois meses. Quando eu conversava com ele, ele deixava nítido que gostava muito dela, que a amava...
Aidan: O que isso tem haver com a música?
S/n: Era a favorita de Rose, ele sempre tocava essa música para que os dois trocassem olhares como das primeiras vezes...
Aidan: Ele te falou isso?
S/n: Sim, e quando Rose morreu... Ele veio conversar comigo dizendo que a vida é muito curta para se gastar sem se aventurar com aquela pessoa que ama... ─ Tinha mais coisas na história, porém não falei para o Aidan, ainda.
Aidan: Rodolph e seus assuntos. ─ Riu.
S/n: Pois é... ─ Também dei uma risada meio sem graça.
Flashback on (dois meses antes):
Estava passando em frente à casa de Aidan, o vizinho, senhor Rodolph estava sentado em uma cadeira que balançava levantamente enquanto a outra que era de sua esposa, Rose, estava vazia.
Acho estranho, eles sempre se sentavam juntos ali para tricotar, conversar, fazer carinho no gatinho de estimação que os dois tinham a mais de dois anos.
Fui andando até passar por seu jardim, iria conversar com ele sobre isso que achei estranho. Sou uma pessoa que gosta de se manter informada.
S/n: Bom dia, senhor Rodolph! ─ Dei um sorriso para o homem que estava totalmente triste.
Sir. Rodolph: Bom dia, querida. Está bem? ─ Perguntou.
S/n: Estou sim, e o senhor?
Sir. Rodolph: Ah... Estou tentando me adaptar... ─ Deu um sorriso de leve.
S/n: Adaptar com o quê? Aconteceu algo?
Sir. Rodolph: Hoje Rose foi embora... Nos deixou nesse mundo... Ela se foi...
S/n: Meu Deus... Sinto muito... ─ Subi uns dois degraus e fui até seu lado para lhe dar um abraço.
Sir. Rodolph: Obrigado minha querida, agora quero conversar contigo. Se não estiver com tanta pressa para ver seu amigo.
S/n: Lógico que tenho tempo para conversar com o senhor, Aidan pode esperar. Melhor é falar com o senhor, que é meu avô de consideração...
Sir. Rodolph: Me sinto feliz em ver que me considera isto. Agora indo direto ao ponto... A quanto tempo você anda gostando do seu amigo? Porque aquilo lá não é apenas uma amizade, sinto que vocês se gostam muito...
S/n: ... eu gosto dele já faz mais de cinco meses, desde que ele se mudou para essa casa, eu venho muito aqui e acabo me aproximando muito mais dele...
Sir. Rodolph: Ele sabe desse sentimento que você tem?
S/n: Ainda não, eu tenho medo de demonstrar achando que vou estragar a amizade...
Sir. Rodolph: Olhe, eu e minha esposa éramos amigos também, melhores amigos para ser exato. Ela era perfeita, estudiosa, engraçada, divertida, se preocupava com as pessoas ao seu redor... Eu a admirava muito mesmo. Já eu era um homem todo errado, gostava de boates, bebidas alcoólicas, cigarros... Até que resolvi largar esses vícios por que encontrei o meu vício maior... No caso a Rose...
S/n: Ela era incrível... O senhor teve razão de ter se apaixonado por ela...
Sir. Rodolph: Você me lembra ela... E Aidan me lembra eu na adolescência... Vocês dois juntos tem muita história para criar, como amigos e como casal...
S/n: Não sei nem o que dizer...
Sir. Rodolph: No momento certo, diga que o ama...
Flashback off.
S/n: Eu te amo... ─ Digo com os olhos marejados.
━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━ Dói ver que nenhum dos dois ficarão juntos...💔
