Capítulo 46

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Olho de um lado para outro, mas não vejo nada além de arbusto e árvores, me pergunto qual caminho tomar não posso voltar na mesma direção onde o castelo fica e também não posso ficar aqui parada, mesmo ainda martelando na minha cabeça ao ser levad...

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Olho de um lado para outro, mas não vejo nada além de arbusto e árvores, me pergunto qual caminho tomar não posso voltar na mesma direção onde o castelo fica e também não posso ficar aqui parada, mesmo ainda martelando na minha cabeça ao ser levada para eles, mas quem são eles?

Minha resposta vem depois de uma espécie de rugido quase gritado, me encolho um pouco, não só pelo frio mas também pelo susto. Respirando fundo tento passar meus olhos em cada canto da floresta, mas por ainda me sentir fraca e a ponto de ter uma hipotermia apenas vejo um vulto correr em minha direção e me derrubar no chão.

Não consigo ver o que é enquanto tento me debater para me soltar, como sempre quando estou desesperada meus poderes se afloram, mesmo que agora fraco por eu estar me esgotando, o ser que estava em cima de mim não sai mas é retirado por outro. O chamo de ser pelo mesmo, ou melhor, os mesmos não terem uma feição completamente humana.

- O que vocês são? - Pergunto antes do esgotamento me pegar por completo e tudo ficar escuro ao ponto de desmaiar.

***

Acordo completamente coberta por um cobertor de pele, que parece ser de um animal de verdade. Olho em volta para me acentuar no lugar, percebo estar dentro de uma espécie de tenda. Tento me levantar, mas minha cabeça explode de dor.

- A senhorita ainda não está totalmente recuperada, acho melhor sentar. - Uma voz masculina me alcança os ouvidos me assustando.

Me viro na direção que o mesmo está me dando de cara com um garoto que parece ter pelo menos uns quinze anos, ele possui pequenos chifres de cervo no topo da cabeça e um focinho semelhante ao do animal.

- O que você é? - Pergunto ainda particularmente admirada.

- Nunca ouviu falar de híbridos? - Ele questiona de volta.

- Sim, mas não sabia que vocês existiam de verdade. - Digo me ajeitando na cama sentando de maneira mais confortável, mesmo que minha cabeça ainda esteja doendo.

- Eu sou o Apolo, desculpa por ter me jogado em cima de você, achei que fosse mais um dos loucos que a rainha Martina manda para aqui. - O híbrido diz olhando para seus próprios pés aparentemente com vergonha.

- Por que estão cuidando de mim, pelo o que sei eu poderia ser uma louca como você disse. - Minha curiosidade no momento é maior que o meu medo.

- Por que machucariam, uma amante das estrelas se não fosse por vocês nós não existiríamos. - Confusão banha o meu rosto, essa é a segunda vez que ouço esse termo.

- O que significa amante das estrelas? - Questiono.

- Acho melhor o nosso líder te explicar, descansa um pouco mais, vou pedir que alguém te traga alguma coisa para comer e lhe ajude a se limpar. - Eu assinto não querendo entrar em uma discussão com o garoto.

Ele saiu me deixando sozinha na tenda, me questionando o que está acontecendo, se o Gabo está bem, se eles conseguiram recuperar o reino por completo e como vou sair daqui.

Tantas perguntas que me rondam a cabeça que quase caio da cama quando uma garota híbrida entra na tenda, com uma cesta na mão.

- Vim trazer umas roupas e lhe encaminhar até onde fazemos nossa higiene. - Ele diz tão baixo que se não fosse pela minha audição apurada não a escutaria.

- Certo obrigada, eu preciso mesmo de um banho. - Digo me pondo de pé.

Saímos da tenda, em direção a outra porção delas. Passamos por alguns híbridos, mas nenhum se deu o trabalho em parar para me observar.

Ela aponta para uma tenda bem selada, a qual eu entro e vejo ser por dentro uma espécie de banheiro improvisado. No lugar do chuveiro tradicional do mundo humano ou as típicas banheiras desse mundo tem um cano de alguma espécie de madeira que não consigo identificar.

Me apressou em me despedir e puxar a cordinha que fica ao lado. Termino rapidamente sentindo, mas não antes de pôr as mãos em meus cabelos agora extremamente curtos, não olhei meu reflexo para saber como estou exatamente, mas me sinto a ponto de surtar não pelo tamanho mas pela raiva que ainda me consome por terem feito tal coisa.

Me visto com um dos vestidos que a garota me deu e saio da tenda, vendo a mesma ainda em frente a me esperar.

- Venha comer alguma coisa, assim que terminar nosso líder irá conversar com você. - Assinto mais uma vez, desde que ela apareceu, e a sigo em direção a outra tenda desse vez a mesma e mais ampla e aberta. Mesas e cadeiras de madeira estão apostas dentro e fora da mesma.

Ela aponta para um dos assentos que eu sem exitar muito me sento. Poucos segundos depois ela volta com uma bandeja em mãos com várias especiarias, como tudo rapidamente, não só pela fome que estava sentindo, mas também pela curiosidade de conversar com o líder deles.

- O seu cabelo é muito bonito. - Ela diz sentada na cadeira à minha frente.

- Tive ele cortado hoje. - Digo depois de engolir um pedaço de queijo.

- Oh! Eu não sabia, sinto muito. - Falou abaixando o olhar.

- Não tem problema, na verdade o seu elogio acabou de me deixar melhor. - Tento deixá-la menos constrangida, com uma meia verdade.

Receber o elogio foi bom, mas não diminui em nada a minha raiva.

Ao terminar de comer sou levada em direção a uma pequena cabana, o único lugar aparentemente que não tem a sua cobertura com tecidos mas sim de madeira.

- Bom eu fico por aqui, o meu nome é Nina, caso precisar de alguma coisa pergunte por mim. - Assinto agradecendo. - O nosso líder está aí dentro a sua espera.

Assim que Nina se vai, abater apenas uma vez na madeira antiga da porta para que alguém venha abrir.

Um híbrido do que parece um gato em quem me dar passagem para entrar no recinto.

- Blue Sky, é um prazer conhecê-la, sente-se. - Outro híbrido dessa vez de lobo diz com sua voz rouca apontando para a cadeira a sua frente.

A cabana em que estamos é a versão deles do que chamamos de escritório.

- Como sabe o meu nome? - Pergunto confusa ao me sentar.

- Como eu não saberia o nome da filha de nossa criadora, a mulher que nos deu a oportunidade de viver novamente, dessa vez pela eternidade, ainda mais uma amante das estrelas dominadora do ar ou como o velho escritor gostaria de chamar guardiã do ar. - As coisa que ele fala me deixam momentaneamente tonta, ao tentar absorver tudo.

- Poderia por favor ir devagar, estou a ponto de explodir com tanta informação de uma só vez. - Ele assente se ajeitando no lugar para continuar mas não antes de eu perguntar. - O que disse mesmo sobre a minha mãe?

- Não me diga que ela não lhe contou que foi a primeira pássaro negro a descobrir que poderia nos criar? - Meu cérebro da uma volta com essa descoberta.

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Obrigada 💜

Obrigada 💜

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Pássaros negros: A Filha Do Rei 👑Where stories live. Discover now