Capítulo 8

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 O capitão pousa seus olhos onde estou e começa subir os degraus rapidamente

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 O capitão pousa seus olhos onde estou e começa subir os degraus rapidamente. Me aproximo mais das estantes, ficando distante do guarda corpo de onde poderia ser jogada facilmente por ele. 

- O que está fazendo aqui? - Ele pergunta, reviro os olhos automaticamente o que lhe faz bufar.

- O que se faz em uma biblioteca se não ler livros. - Digo quase cantarolando, ele praticamente rosna para mim dessa vez.

- O que tá segurando? - Ele pergunta olhando em direção ao livro que seguro contra o peito.

- Um livro. - digo sem me mexer.

- Qual livro? - Ele insiste em saber. 

- Não sei o nome e mesmo se soubesse não é da sua conta. - Digo irritada, tento passar por ele, mas sou impedida. 

Kai puxa o livro das minhas mãos bruscamente não me dando a chance de contê-lo. -Sabe do que se trata esse livro? - Ele questiona irritado. 

- Se me deixar ler saberei. - Falei testando sua paciência. 

- Esse livro é dos mais antigos dessa biblioteca, muitos dos termos usados nele foram banidos ou mesmo até mesmo ignorados por outros reis. - Ele fala sem me fitar.

- Como quais? Raça maior? - Pergunto.

 - Sim, raça maior é um termo nunca usada para nominar os pássaros negros, se ler ele verá que até os humanos deveriam ser chamados de uma forma diferente. - Ele explica.

- Como deveriam ser chamados? - pergunto.

- Não importa, esses tolos sentem medos de nós, por conta deles tivemos que viver nas fendas ou em outra mundo como a maioria de nós chamamos. Não era comum vivermos aqui, nós vivíamos entre os humanos éramos chamados de bruxos, feiticeiros e de outros nomes místicos que em nada nos definiam agora acham que somos meros contos de fada. - Ele diz como se fosse uma lembrança recente me pergunto quantos anos ele deve ter.

- Sabe por que a minha mãe escreveu isso? - Abro o livro que está em suas mãos apontando para a escrita em tinta.

- Eu não sabia quem tinham escrito nele até você me dizer, mas não me surpreende que a rainha traidora tenha escrito algo assim. -O que ele diz faz meu sangue esquentar.

Ele parece perceber o que falou, mas não deixei que o conserte batendo em seu rosto, Kai parece surpreso com a minha atitude o que me dá um pouco de satisfação.

- Está maluca? - Ele grita irritado.

- Nunca mais fale dela assim perto de mim entendeu? Da próxima corto a sua garganta. - Digo bem perto do seu rosto a ponto de sentir o seu cheiro de hortelã.

- Não é porque é a princesa que tem o direito de me ameaçar. - Ele joga o livro pra longe me prendendo com seu corpo contra a estante de livros mais próxima. - É uma pena você ser tão intragável princesa Sky. - Ele praticamente sussurra em meu ouvido. 

Minha pele arrepia com a sua aproximação, me acho uma tola neste momento, sinto cada músculo do seu corpo tocando o meu tento me soltar, mas força nenhuma adianta.

- Me solte agora ou... - Ele me interrompe.

-Ou o que? Cortará minha garganta? Me jogara da torre mais alta desse castelo? O que vai fazer prin... - Ele não termina a frase pois percebe que estou sufocando. 

Enquanto ele falava percebi por que não conseguia me soltar dele, o mesmo estava usando magia, a qual ainda não sei usar. Caiu no chão assim que ele percebe o que estava fazendo, ar volta para os meus pulmões me fazendo torci descontroladamente.

 -Princesa Sky. - Sua voz parece aflita, não olho em sua direção enquanto tento me recuperar.

Kai segura em meu rosto me fazendo olhar para ele, com a respiração ainda falhando lhe empurro pra longe de mim. 

- O que diabos pensou o que estava fazendo seu idiota? - Digo me apoiando na estante para me levantar.

- Eu não percebi que estava usando os meus poderes, eles as vezes são incontroláveis. - Ele diz ainda aparentemente assustado, tão falso quanto as joias da coroa. 

- Ela não estava errada quando disse que somos uns monstros incapazes de parar quando sentimos vontade de matar. - Jogo as palavras da minha mãe percebendo a quão verdadeira elas são.

  - Eu não queria te matar, isso nunca me... - Eu o interrompi.

-Não foi que me pareceu capitão, não enquanto eu sufocava. - Digo querendo socar sua cara de ofendido. - Fique longe de mim, a partir de amanhã treinarei com qualquer um, mas me recuso a ficar mais tempo em sua presença. - Falei descendo os degraus da escada o deixando para trás olhando perplexo em minha direção.

 Assim que alcançar a maçaneta da porta sou puxada pelo pulso por Kai. - Sempre que tiver um conflito vai fugir princesinha, ainda fico surpreso como não tentou fugir quando a trouxemos para cá ou estava com tanto medo de que não conseguiu? - Ele questiona.

 Furioso tento me soltar, mas ele aperta mais sua mão. - Você é patético capitão. Acha mesmo que vou perder meu tempo discutindo com você? - Pergunto dessa vez conseguindo me soltar.

- Me fala porque não fugiu quando fomos atrás de você? Com as suas habilidades de luta teria conseguido e você sabe disso. - Ele diz irritado.

Respiro fundo para não acabar fazendo besteira, Kai é muito mais forte do que imaginei, do que poderia imaginar, a rapidez que ele me alcançou me dá arrepios, eu não teria chances se ele usar os poderes.

- Não é da sua conta o porquê de eu não ter fugido. - Digo me virando de costas para abrir a porta. 

Antes que estique meu braço para tal ato, Kai avança sobre mim me prendendo entre ele e a madeira. Ele me virar para parar de ficar de frente para si e pergunta em um quase sussurro rouco. -Por que você não fugiu? - Ele está tão próximo que consigo sentir seu cheiro de menta de fresca, sentir cada centímetro do seu corpo musculoso, respiro fundo para não me perder em desejos idiotas e o empurro.

Não sei o que aconteceu depois, mas uma luz faz com que eu feche meus olhos, segundos depois minhas pernas cedem ao meu corpo me fazendo cair no chão. Mal consigo respirar, me sinto fraca como se toda a minha força tivesse sido drenada. Ainda de olhos fechados sinto alguém me pegar nos braços, como uma criança deposito minha cabeça em seu peito. Escuto algumas vozes, mas não identifico o que estão falando e muito menos quem são, não tenho forças para abrir os olhos. Me deitam na cama, me cobrem com o coberto seja lá quem for faz um cafuné no meu cabelo e só assim me permito por fim dormir.

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Obrigada!

Obrigada!

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Pássaros negros: A Filha Do Rei 👑Where stories live. Discover now