Vince parou o carro, mas não saiu. Ao invés disso, me olhou com seus óculos de piloto dos anos 90 e questionou:
— Então você simplesmente desaparece?
— Você sabe onde me encontrar — respondi.
Ele desligou o carro e saiu, parecendo todo confiante.
A essa altura, Cesar e Rony estavam parados na porta, fazendo uma cena ridícula de intimidação. Percebendo o clima, Vince tirou os óculos e perguntou baixinho:
— Podemos ter uma palavrinha?
Olhei para os dois, que nos observavam descaradamente, e então disse:
— Claro. Vamos por aqui. — Indiquei o caminho para o grande campo aberto da casa. O campinho de minigolfe ficava adiante, pensei que poderíamos ir conversar ali se precisasse.
Já com alguma distância da casa, Vince comentou:
— Ele está ficando com ciúmes.
— Eu sei.
— Eu sempre me sinto um idiota quando venho aqui.
— Para.
— E aí? Como vão as coisas? Nada de masmorras por enquanto?
Sorri e respondi:
— Está tudo bem.
— É... — Ele ponderou um pouco. — Você parece bem.
— Eu realmente estou.
— Bom. Acho que não nos veremos muito mais, então.
— Vamos apenas... não dizer nada.
~ ~ ~
Naquela noite, enquanto nossa assistente nos colocava para dormir, como eu gostava de descrever, Cesar aguardava calado, sentado em uma poltrona no quarto. Assim que ela saiu, ele perguntou:
— O que ele queria?
— Saber como eu estou. Ele estava preocupado desde a última vez que me viu. Você e eu não estávamos bem na época.
— Mas agora estamos bem — Cesar afirmou.
— Muito bem.
Não demorou muito para ficarmos muito bem um com o outro.
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Real.Doc - Parte 1
General FictionEnchanté! Quero dizer, muito prazer! Meu nome é Françoise. Este livro não é sobre mim (não estou nem nessa primeira fase horroroooooosa dele), mas me pediram para falar algumas palavrinhas sobre a Goldie, então aqui estou. Vamos ver... o que dizer...