Palavras tão doces que você usou para tentar fazê-la ficar

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(narrador ausente)

Em casa, Rony e Cesar conversavam. Cesar estava irritado e Rony tentava fazê-lo enxergar a razão.

— Então, o que você está dizendo? Você a expulsa e espera que ela...

— Eu NÃO a expulsei de casa.

— Ah! Sério? Palavras tão doces que você usou para tentar fazê-la ficar.

— Não estou falando disso!

— Então do que você está falando?

— Tem um lado dela que...

— Quê?

— Que a transforma em uma puta! É isso! — Cesar falou, revoltado. Rony fechou os olhos, impaciente. — Você precisava vê-la, Ron. Dois dias e ela já estava sugando a vida daquele cara. — Rony riu com o termo exagerado. — E o pobre coitado já estava até com aquele olhar estúpido na cara, sabe? Olhar de idiota, de quem já está...

— Apaixonado?

— E ela... ela agindo como se nada tivesse acontecido...

— Que coisa boa que você não é aquele idiota, não é, Cesar? Ou então teria sido você com aquele olhar de apaixonado.

— Vai se foder!

— Foi você quem a mandou embora, indo contra a sua própria natureza.

— Natureza? Do que você está falando?

— Você é o guardião dela! Mesmo que não a tivesse mandado embora, como é que você faz tudo aquilo para se afastar? — Tantos pensamentos cruzaram a cabeça de Cesar ao mesmo tempo que o fez permanecer calado. — Deve ser muito ruim ser o guardião de alguém e vê-la se transformar em uma puta. Suas palavras, por sua própria iniciativa.

Cesar saiu dali irritado.

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