Alessandra - Capítulo 33

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Paro ao lado de Elisa, que está ao lado da mesa de petiscos. Ela junto com o pessoal do buffet conseguiu deixar a mesa charmosa e repleta de pequenas delícias. Como a recepção ficou para o final do plantão ela resolveu fazer uma espécie de coffee break corporativo e, foi uma ótima sacada. Espero que Teóphilo e Maxwell a tratem bem, pois o que ela faz aqui dentro, por esta empresa é algo de se tirar o chapéu. Nos poucos dias que estou trabalhando na empresa vejo o quanto Elisa é requisitada por ambos os irmãos e por Thiago o CEO. Pelo que vi tudo passa primeiro por ela para depois chegar à mesa dos chefões. A mulher é sensacional!

Queria ter um pouquinho da força e garra que esta menina tem.

– Está tudo bem por aqui Elisa? – Vejo cansaço em seu semblante. – Sente-se um pouco, deixe que eu cuido de tudo por aqui. – Ela meneia a cabeça.

– Não Alessandra, eu não posso deixar que faça isso. Eu fiquei responsável e preciso prestar contas de tudo ao final. Não se preocupe, eu estou bem, só um pouco cansada, só isso já estou acostumada com esse ritmo. – Seu sorriso não chega a seus olhos. – Onde se meteu que não a vi depois do discurso de Max e Thiago? – Vou até a mesa e pego um pratinho e pego alguns salgadinhos fritos e assados.

– Fui andar um pouco, espairecer. Estava precisando respirar um pouco. – Degusto um salgado. – Isso está delicioso! De onde você encomendou este buffet mesmo? – Coloco mais um petisco na boca e me delicio com o sabor.

– Foi de um dos fornecedores aqui da cidade. Ele tem um restaurante no centro e um buffet para festas. O nome do Restaurante e do Buffet e Rancho Mineiro. Se você está achando os salgados gostosos, você precisa ir um dia no restaurante. Os chefs mandam muito bem! – Elisa pega um copo com suco de laranja e toma um gole. – O suco esquentou, deixei o copo sobre a mesa e fui resolver as coisas e me esqueci de beber. – Ela vira todo o líquido, bebendo-o. – Vou pegar mais um pouco, você quer algo para beber Alessandra. – Meneio a cabeça.

– Não, precisa se preocupar Elisa. Pode pegar apenas para você. Toda vez que bebo alguma coisa junto com algum salgado eu fico péssima com cólicas terríveis. Se me der vontade depois eu pego um pouquinho para mim. – Pisco e ela sai indo em direção à mesa com as bebidas.

Passo meus olhos no ambiente e fico observando a interação das pessoas. Todas estão em suas panelinhas, umas dançando, outras compartilhando risos em grupo, outras na maior paquera. Observo ainda e vejo outros que assim como eu estão sozinhos, com suas bebidas em mãos, olhando para o vazio, ou para alguém em específico no meio da grande aglomeração.

Olho ao redor vendo o rosto das pessoas e mesmo rodeada de tanta gente, me sinto sozinha. Sinto meu peito apertar e minha garganta doer, meus olhos marejam lembrando-me de tudo o que está acontecendo a minha volta.

Nunca imaginei que eu Alessandra estaria vivendo uma vida tão conturbada, me sinto transtornada com todos as situações que venho lidando, ou pelo ou menos tentando lidar. Nos trinta e cinco anos de minha existência tudo o que almejei foi ver meus pais bem, meus irmãos encaminhados e o principal de tudo, ser feliz em um relacionamento estável. Sei que não preciso de um companheiro para me sentir feliz e realizada, mas é tão difícil se sentir sozinha, abandonada. Eu só queria alguém com quem pudesse compartilhar meus medos, receios, alegrias e sonhos. Minha família é tudo para mim, amo estar com cada um deles, amo poder sorrir, me alegrar, chorar com eles, mas mesmo rodeada das pessoas que amo, o sentimento de solidão é recorrente e de uns dias para cá se tornou meu mais novo companheiro e amigo.

Suspiro e caminho em direção a Elisa, que está com um copo de suco em suas mãos e conversando com Maxwell.

– Olá pessoas lindas! – Digo e Max volta seu olhar para mim e sorri. Ele se aproxima e deixa um beijo em minha bochecha e me abraça de forma carinhosa. Isso é o estopim para que eu comece a chorar.

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