Teóphilo - Capítulo 30.

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Hipócritas!

Passo a mão em minha boca e respiro profundamente, fixo meus olhos na silhueta robusta e bem delineada da bela mulher a minha frente. Em meio a escuridão da cozinha e a fraca luz da Lua que entra pela janela, vejo Alessandra, consigo enxergar quem de fato ela é. Uma mulher forte, que mesmo em meio a tudo o que passou encara o mundo e as pessoas de frente, ela não tem noção da força que tem dentro de si.

– Você não vai me dizer quais serão as suas condições? – Sua pergunta me faz sorrir.

– Minhas condições não serão difíceis de seguir, fique tranquila. – Falo e levanto-me. – Preciso dormir um pouco, amanhã será um dia bem cheio e você mocinha inicia seu treinamento. – Ela solta o ar pela boca e eu sorri ao ver sua irritabilidade. – Como você se sente? Está bem para iniciar as atividades na empresa ou precisa de mais alguns dias antes de começar de verdade? – Alessandra se levanta e segue até a pia.

– Eu estou bem, de verdade! Acho que é o nervosismo de iniciante que está me deixando de cabelo em pé, mas nada que uns dias em treinamento não resolva. – Ela dá de ombros e eu sorrio. – Não vai mesmo me dizer suas condições – Pego minha bengala e coloco uma mão no bolso sorrindo.

– Como havia te dito, pode procurar a mim quando estiver com problemas, caso queira pode falar com Max e, Elisa estará a sua disposição também. Você está em boas mãos Alessandra, não precisa se preocupar com nada. – Ouço seu suspiro e começo a caminhar em direção a porta. – Eu não vou te dizer nada mocinha! Vá descansar! Boa noite, Alessandra. – Dou mais alguns passos para fora.

– Boa noite Téo! Tenha bons sonhos. – Ouço meu apelido e isso me deixa aquecido. – Posso te chamar assim? Eu falo as coisas sem pensar e logo em seguida me arrependo do que disse. Eu ouvi Maxwell te chamando assim e por isso achei que poderia... – Ela se enrola toda para falar.

Desde o primeiro momento a qual comecei a ter os sonhos com Alessandra, e depois que nos casamos ela em nenhum momento me chamou pelo apelido, ela sempre me chamava de Teóphilo e, a maneira como meu nome sai de sua boca me deixa...

– Prefiro que me chame pelo meu nome Alessandra. Boa noite. – Saio da cozinha o mais rápido possível sem olhar para trás. Preciso controlar minha excitação.

Nunca fui uma pessoa que me controlava com relação a sexo. Quando olhava para uma mulher e me sentia atraído, ou quando surgia um clima em uma conversa mais intima, eu propunha sexo casual seduzindo-a e bum! Levava a mulher para um motel e lá passava horas me deliciando com a companhia de uma morena, uma loira, de uma negra ou de uma mulher com seus olhinhos puxados. Não tenho problemas com padrões, não os sigo, pois para mim isso é irrelevante. Mulheres são lindas da forma são. Se é baixa, alta, de estatura média, gorda, magra, com a pele mais clara ou mais escuro para mim não importava, mulher é mulher e ponto final! Eu amava sentir sua entrega, sua quentura, sua textura e seu sabor.

Mesmo passado dez anos do acidente eu não quis me envolver com ninguém. Quando precisava me satisfazer eu procurava uma acompanhante de luxo, marcava um encontro em um motel exclusivo e ditava minhas regras antes do encontro, mostrando para a pessoa escolhida que ela não poderia me ver e me tocar de forma alguma. Era extremamente proibido toques em qualquer área do meu corpo e beijo era somente em áreas que eu achava que não me comprometeria e não me deixaria desconfortável. Sempre na hora do sexo eu vendava a pessoa e prendia suas mãos com alguma fita ou até mesmo com algemas. Eu tocava, mordia, apertava, cheirava, mas não podia receber o mesmo tratamento. Poderia ficar a noite toda mergulhado no corpo quente da mulher, fazendo-a gozar diversas vezes em várias posições, tenho muita disposição para sexo, sempre tive e isso não mudou.

Não me veja.Where stories live. Discover now