- Er... — Dan fica sem reação por uns segundos, mas retoma com toda sua serenidade. — Pelo jeito você não sabe mesmo lidar com insegurança nenhuma. — eu não sei mesmo. — Ô, Alex... Não precisa ficar pirado desse jeito, só deixa acontecer quando você estiver seguro disso, como eu estive seguro hoje. Vamos ter outras oportunidades, eu gostei do jeito que fizemos hoje, confesso que também quero fazer desse outro jeito e... — ele olha pra mim, porque até agora estava olhando para um ponto fixo no teto. — Mesmo que doa pra burro no início, fica... Merda, Alex, você sabe como eu me senti, e eu vou me certificar de te fazer sentir o mesmo. Ou até mais.

- Olha só, falando com tanta confiança. — sorrio zombateiro, mas me sinto mais calmo agora, como se suas palavras tivessem um efeito quase medicinal sobre mim. No entanto, eu não devia estar surpreso, Daniel sempre soube a maneira certa de me acalmar quando estou tenso.

- Deve ser a convivência. — e nós rimos juntos. E ele boceja se achegando em mim para poder colocar a cabeça em meu peito e a mão em minha cintura.

Nossas respirações entram em sincronia.

Acho que o amo.

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Pisco os olhos preguiçosamente, está claro por causa da luz que entra pela janela de vidro, já que ontem ninguém abriu as cortinas. Ainda bem, lembro-me vividamente de um corpo e um rosto que fica muito sensual sob a luz do luar. Isso me faz notar que não estamos mais naquela posição tão casalzinho de ontem, agora parecemos dois polvos desengonçados com os lençóis na puta que pariu, mas está confortável, mesmo que o joelho de Dan esteja esteja pesando no meu estômago e meu braço esteja doendo um pouquinho por causa da sua cabeça.

- Ei, lindo. —  sussurro, passando a mão em seu sedoso e bagunçado cabelo. — Acorda.

- Hmmm. — ele resmunga ainda dormindo e se mexe, ficando mais perto de mim.

Oh céus, ele parece um gatinho manhoso. Nem parece o mesmo Dan que é tão arisco comigo às vezes. Bem, ele devia ser mais carinhoso assim quando estivesse acordado, eu não reclamaria nada, nada.

Eu poderia ficar horas só aproveitando esse momento, mas já é manhã, alguém pode entrar no quarto e o recinto está cheio de roupas jogadas no chão e talvez tenha uma camisinha usada em algum lugar. Portanto, para a minha total (in)felicidade, depois de algumas tentativas a mais, ele acorda.

Primeiro ele se assusta e fica envergonhado por estar tão agarrado a mim e depois dá um "Bom dia" com um sorriso sem-graça. Ele se lembra de ontem, claro que se lembra. Ele não está sendo um babaca insensível como da última vez em que fingiu aquela amnésia por dias. Sei que o Dan é última pessoa do mundo que seria um babaca insensível de propósito e que ele só agiu daquele jeito porque estava com medo de estragar nossa amizade, só que fico angustiado, sabe? O que aconteceu ontem foi maravilhoso e, sem dúvidas nenhuma, um grande passo para o nosso relacionamento.

Meu Deus, eu quero tanto namorá-lo, segurar sua mão...

Apesar dos nossos bafos matinais, puxo Dan para um beijo singelo cujo ele retribui com afeto. Meu estômago vira um borboletário na primavera, sinto que posso morrer com tanta seretonina no meu organismo. Sério, a cada dia que se passa acho que estou ficando mais sentimental. Ou simplesmente apaixonado, ainda não consigo diferenciar essas emoções. É tudo novo, e bom.

- Ah, Dan... —  sussurro com nossas testas coladas. Eu não consigo tirar esse estúpido sorriso do rosto.

- Ah, Alex. — ele me imita, mas com uma entonação diferente, e nós dois rimos. — Que horas são, hein?

Alex & Daniel [Em andamento]Where stories live. Discover now