REVELAÇÕES (1)

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POV: Jeffrey

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POV: Jeffrey

- Um garoto atendeu o telefone. Fiquei tão confuso que nem me lembrei de perguntar nada do que eu tinha planejado.

O envelope com os documentos do Barracuda e a carta de Munir estão no meu colo, e eu olho a paisagem passando depressa enquanto Norman me leva ao meu destino. Desde que começamos a trabalhar juntos em The Walking Dead, Norman se tornou o irmão que nunca tive. Me sinto bem com ele. É bom ter alguém assim.

- Ah, mas de qualquer forma, você vai poder esclarecer tudo agora, quando chegar lá – diz Norman – Mas o garoto, quem é?

- É filho do tal André.

- O da agenda? O André Infinito?

Dentre as muitas coisas de Norm sabe da minha vida, o fato de eu ter lido o diário de Anna e me deparado com o nome dela e do André desenhados em um símbolo do infinito já figura, para ele, entre os muitos enigmas insondáveis de minha relação com a brasileira.

- É, imagino que sim. Poderia ser outro André, também... Mas sei lá, minha intuição diz que é o mesmo. Parece muito óbvio.

- Será que ele é casado com a Anna? O guri é filho deles?

- Vou descobrir.

- Depois me conte!

Depois de cerca de quarenta minutos que saímos de meu apartamento, alcançamos os portais do condomínio onde morei com Munir e Anna. Norman pressionou o botão da guarita, e recebeu a permissão de entrada.

Apesar de muitas coisas terem mudado no local – há muitas casas novas – não posso deixar de ter um déjavù ao passar por aqueles caminhos, me lembrar daquele dia há vinte anos quando eu, desesperado com a minha situação, fazia mais uma tentativa de engrenar na carreira. Do dia em que conheci Anna, Munir... Pessoas que admito, com uma certa dor, terem influenciado minha vida, de diversas formas.

Cada pessoa que passou em minha vida mudou alguma coisa... mas voltar no tempo e escarafunchar o passado, seja com quem for, sempre traz aquela dor funda, o sentimento de coisas que poderiam ter sido e não foram, ou que não poderiam ter sido e foram

Voltar ao passado é sempre evocar o se.

- Onde que é mesmo? – pergunta Norman.

- Mais duas quadras, vire à direita.

- Certo.

Vou sentindo o coração acelerar junto com a vibração do motor da caminhonete de Norm.

- Você quer que eu te espere? – ele pergunta, me analisando assim que paramos em frente ao casarão.

- Não precisa, Norm. Muito obrigado, amigo. – agradeço, colocando minha mão em seu ombro – você tem sido muito importante nesses últimos anos. Sempre vai ser...

MISS MADEMOISELLEWhere stories live. Discover now