CAPÍTULO XXII - CABERNET SAUVIGNON

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Aviso: O final deste capítulo contém conteúdo explicitamente erótico.

POV: Jeffrey

Estou estudando textos na casa de Munir, quando recebo uma chamada no celular, de um número desconhecido:

- Oi, Jeffrey?

- Sou eu mesmo – respondo – com quem eu falo?

- Jeffrey, é Shonda! – diz a mulher, com uma voz sorridente – como está a sua saúde?

Meu Deus!

- Er... Oi, Shonda! Eu estou melhorando.

- Mas será que você consegue ficar doente daquele jeito sempre? – ela pergunta, bem humorada – Você arrasou no teste! O papel é seu. Você é justamente o que procurávamos!

***

Mal posso acreditar!

Será que isso é um bom presságio? As coisas vão começar a mudar?

Acho que acabei de entrar em um outro ciclo da minha vida...

Desde que fiquei com Louise naquela noite, temos nos visto ou nos falado todos os dias – e já faz uma semana.

Apesar de não poder dizer ainda que esqueci Anna, me sinto muito ligado a Louise. Ela tem sido um porto seguro, o mais próximo de conforto e companheirismo que podia imaginar.

É uma mulher que torna as coisas possíveis. Que pode caminhar junto comigo. Que tem sonhos parecidos com os meus.

Talvez eu tenha tirado a sorte grande. Só falta convencer o meu coração disso.

POV: Anna

Óbvio que Harry indicou o jornal para que eu desse de cara com aquelas fotos. Óbvio.

Mas eu é que não vou dar a ele a satisfação de me ver lamentando, ou me sentindo mal.

E também, não poderia esperar que Jeffrey ficasse igual um frade franciscano, fazendo obras em meu nome enquanto venera uma imagem minha em um altar.

Mas não vou negar que estou com ciúme...

Aquela mulher está desfrutando do cara que era meu. Até alguns dias atrás, a gente ainda estava juntos, e era legal, era divertido, apesar dos pesares.

Mas aí, entra a parte dos pesares... que ela vai ter que aguentar, também.

Suspiro.

Bem, boa sorte para os dois. Preciso levar a termo, mas uma vez, a minha promessa de nunca mais ser trouxa ou sofrer por alguém. Acho que esses dias longe de lá vão ser muito valiosos para isso...

Já faz três dias que estamos em Milão. A mesma rotina de fotos, eventos. Participamos de uma reportagem no Quadrilátero da Moda, local onde estão concentradas as grandes lojas de grifes famosas. Almoçamos no Brera, e depois, eu, Ray, James e Rivera (Laura resolveu acompanhar as outras meninas em incursões pelas lojas) ficamos admirando as obras de arte, os livros e os demais itens vendidos por ali.

Em uma das pequenas bancas expositivas, me encantei com um lenço de seda estampada – aprendi com as meninas a fazer umas amarrações nos cabelos e no pescoço, e achei que seria legal adicionar mais esse item às minhas composições.

- Questo pezzo ti sta molto benne, ragazza.

Minha noção de italiano é quase zero, mas entendi o elogio da signora e sorri em resposta. Perguntei, conforme Ray havia me ensinado:

- Quanto costa?

- Puoi confezione regalo, per favore – disse uma voz conhecida, logo atrás de mim – Il mio regalo a questa bellissima donna.

MISS MADEMOISELLEWhere stories live. Discover now