Alessandra - Capítulo 21.

Start from the beginning
                                    

– O cacto pode ser oferecido às pessoas que estejam atravessando por algum acontecimento complexo, presenteando a pessoa com ele você está dizendo para este alguém se manter firme ou este alguém tem um objetivo a cumprir ou, se este indivíduo esteja em uma situação totalmente diferente e nova, em um ambiente estranho e precise se adaptar, dar a planta mostra que a pessoa possui um exterior forte e persistente. – Leio a pesquisa admirada. Tem uma parte que fala sobre amor e tudo o mais, mas esta parte não me interessa, então, com os poucos minutos que me restam de intervalo, entro nos links da pesquisa e leio de forma rápida algumas das páginas que abri. – Muito interessante cara! – Entro em mais alguns sites jogando mais um biscoito na boca.

Vou bebendo meu café com leite e comendo meus biscoitinhos, minutos depois o sinal toca, os professores que estavam na sala juntam seus pertences e começam a sair, indo de encontro a suas turminhas. Faço o mesmo, recolho minha vasilha guardando os últimos biscoitos e viro o copo e bebo todo o líquido que havia ali. Passo pelo corredor dos bebedouros e enxaguo a caneca e entro em minha sala.

Assim que entro, sinto um cheiro forte de suor, olho para as crianças e vejo a maioria dos meninos suados, com a pele avermelhada, os cabelos molhados como se tivessem jogado um balde de água na cabeça, a camiseta do uniforme sujas, completamente molhadas.

– Do que vocês estavam brincando para estarem tão suados? Pelo o que eu saiba aqui na escola não tem piscina. – Digo colocando minha bolsa sobre a mesa, olho para o rostinho de cada um e vejo um sorriso e isso me deixa feliz.

– A gente estava brincando de pega-pega tia. O Ruan ficou o recreio inteiro tentando pegar a gente e não conseguiu. – Ele aponta para o garoto e ri sendo acompanhado pelos outros. Olho para o Ruan que dá de ombros. Meneio a cabeça e pego meu livro didático. – Vamos ver se amanhã ele consegue pegar alguém né Ruan? – Ouço mais risos.

– Você vai ver, eu vou pegar um de vocês. – Subo meu olhar e vejo determinação nos olhos e na fala de Ruan. Sorrio ao notar isso.

– Então amanhã veremos o final desta partida de pega-pega, mas agora vamos ao que interessa moçada. Abram o livro na página quarenta e oito e, vamos terminar a lição. Forme palavras. – Leio a descrição do exercício e vou até a lousa e escrevo as sílabas MO, LA, A e MA. – Vamos pronunciar as letrinhas pessoal. – E a partir daí passaram-se as horas até o horário de saída. Peguei o caderno de todos e colei as tarefas que serão entregues amanhã, entreguei também um bilhete para que os pais assinem. – Criançada, não esqueçam de entregar este bilhete a seus pais, teremos a reunião de pais e mestres na sexta-feira. Tragam amanhã assinado legal? – Eles gritam um sonoro sim, e logo o sinal de saída é soado. Formo a fila indiana e saio da sala indo até o portão deixando meus pequenos bagunceiros com seus responsáveis.

Volto para minha sala e encontro com Jurema no corredor. Sorrio ao ver sua expressão de cansada.

– Dia difícil Ju? – Ele suspira e deixa seus ombros caírem.

– Nem me fale menina. Parece que essas crianças vieram ligadas no trezentos e sessenta. – Jurema quando quer, exagera. – Você ri porque não viu o quanto eles estavam agitados na hora do intervalo, nunca tinha os visto assim, sério. – Ela ajeita sua bolsa no ombro. – Está indo para sua sala? – Anui.

– Sim preciso pegar minhas coisas. Vem comigo, assim saímos juntas. – Caminhamos até a sala. – Os meus pequenos também estavam agitados, hoje foi um dia atípico. Confesso que estou cansada e minha cabeça parece que vai explodir. Não vejo a hora de chegar em casa, tomar um banho e comer algo, estou com fome. Hoje para o lanche eu só trouxe alguns biscoitinhos que dona Guiomar fez que aliás estão maravilhosos. – Entrego a vasilha com dois biscoitos que sobraram, Jurema abre, pega e enfia um em sua boca. Pego minhas coisas e tranco tudo.

Não me veja.Where stories live. Discover now