Capítulo 4

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Nossa saída da sala foi repleta de fofocas e todas as mulheres pararam para admirar Arthur.

Tenho que admitir Artur é um homem incrivelmente lindo. Ele é alto, mas ao mesmo tempo tem um corpo definido e que ficava muito bem desenhado dentro daquele terno sob medida.

-Leve a Elizabeth em casa, meu filho - falou o senhor Devanir.

Eu encarei Arthur e ele me devolveu um olhar inexpressivo.

-Como quiser, pai - ele respondeu.

-Não precisa, eu vim no meu carro - falei.

-Larga de seu mal educada, garota - meu pai me repreendeu. - Eu peço pra alguém levar o seu carro.

Aqueles velhos não perdiam a oportunidade de nós encher. Provavelmente estariam antecipando a ideia de sermos vistos juntos.

Arthur indicou a direção que seu carro estava e eu o segui.

-Acho que nossos dias serão bem movimentados a partir de agora - meu noivo disse assim que prendeu seu cinto.

-Espero que estejamos preparados - falei.

Já estávamos habituados ao assédio da mídia. Era impossível não acabar estampando um tabloid de fofoca. Principalmente Arthur que era conhecido na alta sociedade como o rei do camarote.

-Você sabe que agora devemos respeito um ao outro - falei.

Ele me olhou curioso e ligou o carro, entrando no trânsito caótico da capital.

-O que quer dizer com isso? - perguntou desafiador.

-Que se eu aparecer como corna em uma manchete de jornal, eu vou acabar com a sua vida - o ameacei.

Ele riu sarcasticamente.

-Nossa, estou morrendo de medo - ele falou com os olhos brilhando.

-Não deveria estar brincando com esse assunto - eu falei. - Eu sou capaz de coisas que você nem imagina.

Ele deu de ombros como se não se importasse.

-Não sei que imagem tem de mim, mas não sou esse tipo de cara - falou.

-E qual tipo você é?

Ele sorriu de canto de boca e suas sobrancelhas se ergueram lentamente.

-O romântico incurável - disse, triunfante.

Eu ri, descontroladamente. Exagerei na reação, confesso. Mas se tinha algo que eu não conseguia imaginar era uma versão romântica de Arthur.

Sua expressão foi de divertimento e quando percebi que o clima estava começando a ficar mais tranquilo entre nós, virei minha cara e comecei a observar o trânsito.

-Já que os nosso velhos querem tanto um show, que tal tomarmos um sorvete? - ele perguntou.

-Não gosto de coisa doce - menti.

Ele me olhou com os olhos semi cerrados.

-Todas as mulheres gostam de doce - ele falou.

-Talvez eu seja um homem - retruquei rapidamente.

Arthur riu e voltou a prestar atenção na estrada.

-Lembre-se de não ser tão arisca assim comigo quando tivermos em público - disse de repente.

-Não se preocupe, sou uma ótima atriz - falei.

-Ah, claro - ele revirou os olhos.

O restante do percurso foi bem calmo e ambos decidiram ficar quietos. Era menos constrangedor não falar nada do que tentar puxar algum tipo de assunto aleatório.

-Meu pai é esperto - ele disse ao estacionar.

Arthur se aproximou de mim e acariciou meu rosto, me pegando de surpresa.

-Tem um repórter na pilastra da direita - sussurrou em meu ouvido.

Droga.

-E o que a gente faz? - perguntei.

Ele segurou meu rosto com a sua mão e sorriu.

-Fingimos que estamos apaixonados - ele disse me dando um beijo.

Já beijei muito na vida, mas aquele beijo... Nossa... Que beijo...

Senti sua língua percorrer o caminho para dentro da minha boca. Seus lábios eram macios e consumiam os meus com carinho. Até mesmo seu toque exercia uma influência sensual no beijo. A forma como ele me segurava e como seus dedos acariciaram minha nuca, fez algo se aquecer dentro de mim.

Ele se distanciou e sorriu maliciosamente.

-Acho que me empolguei - disse debochado.

Mudei minha feição o mais rápido possível e voltei para a expressão de indiferença. Não poderia deixar que percebesse que aqui tinha sido bom.

-Talvez devesse fazer umas aulas de beijo - provoquei ele. - Já que vamos ficar nos beijando em público, pelo menos não vai parecer que estou beijando um BV.

Vi o desafio em seu olhar.

Ele me puxou pela cintura e exibiu um sorriso de canto de boca.

-Então por que não começa me ensinando agora? - perguntou com uma voz rouca.

-Você teve vinte cinco anos para aprender - falei. - Acho que pode esperar um pouco mais.

Me soltei de sua mão e lhe lancei um sorriso falso, em seguida mandando um beijinho com a mão de uma forma clichê.

Ele acenou e arrancou com o carro pelo estacionamento do prédio.

É.. eu tinha que manter o máximo de distância daqueles lábios.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang