Capítulo 36

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Chegamos no apartamento de Debie, mas não encontrei ninguém em casa. Liguei inúmeras vezes para ela e nenhum retorno. 

Minha cabeça já estava com várias suposições e aquilo estava me massacrando. 

-Eliz - chamou Ian. 

Eu olhei para trás e vi ele na entrada do nosso apartamento.

-Entre - eu disse, voltando a deitar no sofá. 

Ian e Arthur se acomodaram no outro sofá e percebi que os dois estavam preocupados. 

-Eliz eu não fiz nada do que estão pensando - começou a falar Ian. - Seu pai realmente me mandou mensagem, mas porque chegou aos ouvidos dele que estávamos saindo e ele veio me pedir pra cuidar da Debie. 

O rapaz me estendeu o celular com a conversa aberta. 

Realmente, não havia nada de mais em toda a conversa. 

Suspirei. 

-Não temos muito o que fazer além de esperar - falei. 

-Eu vou esperar por ela no apartamento - Ian disse se levanto e indo em direção a porta. Porém ele parou e se voltou para mim: - Eu gosto mesmo da sua irmã.

Não havia como negar que seus olhos carregavam verdade, mas não era para mim que ele deveria dizer aquilo. Ele deveria demonstrar para Débora o que ele sentia realmente. 

-Diga isso a ela - falei. 

Ian assentiu e saiu pela porta. 

Arthur sentou ao meu lado e me abraçou.

-Não fica preocupada, tudo vai se resolver - ele disse em um tom doce. 

Eu não sabia que efeito era aquele, mas suas palavras aqueceram o meu coração e me confortaram, pelo menos um pouco. 

Ficamos daquele jeito por um tempo, até por fim ouvir os gritos de Debora no corredor. 

Institivamente abri a porta e vi ela e Ian no corredor de frente um para o outro. 

-Eliz? - perguntou Debie. 

Ian estava com o celular estendendo na direção de Débora, que aparentava se recusar a ler.

-Minha irmã, veja a conversa - falei. - Não tome decisões precipitadas. 

-Você esta defendendo ele? - ela gritou. 

-Para - gritei. - Você não é mais uma criança. Senta e conversa, se ainda quiser continuar com esse show, tudo bem, mas não tome decisões baseadas no calor da emoção. 

Eu me virei e entrei dentro do apartamento. 

Amava minha irmã e entendia perfeitamente todo o motivo para seu excesso de cautela, mas aquilo já estava excedendo o que eu poderia suportar de suas atitudes. Para tudo havia um limite. 

-Você esta bem? - perguntou Arthur ao meu lado. 

Apenas balancei a cabeça. 

O que pude fazer por ela, eu fiz. Minha consciência estava limpa e eu sabia que a partir de agora dependia unicamente dela. 

-Você pedir pizza? - ele perguntou. 

-Pizza é uma boa. 

O restante de nossa noite foi tranquila e, confesso, Arthur sabia como me distrair. 

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSWhere stories live. Discover now