Capítulo 29

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Alguns dias de passaram e meu relacionamento com Arthur ficava cada vez mais intenso. Depois de muito conversar, chegamos a conclusão que era impossível evitar essa atração que existia entre nós.

Hoje, sábado, era o dia da reunião em família e também do pronunciamento. O que significa que seria bem corrido o nosso dia.

-Como eu estou? - perguntei para Arthur.

Ele sorriu maliciosamente.

-Eu prefiro sem as roupas, mas está linda - falou com um sorriso travesso e que me fazia perder completamente meu rumo.

Para aquele almoço, optamos por algo mais delicado. Arthur estava lindamente vestido em uma camisa branca de tecido leve e uma bermuda bege. O acompanhei nas colorações e optei por um vestido de alça com o tom semelhante de sua bermuda.

Com exceção de Debie, nenhum outro familiar sabia sobre esse casamento de fachada. Para todos, eu e Arthur estamos noivos por conta própria.

-Vamos? - perguntou.

Olhei o resultado da minha trança lateral e assenti.

-Debie vai com a gente? - perguntou.

Débora era uma pessoa que tinha sumido nesses últimos dias. Depois que começou a sair com Ian, ficou complicado ver ela em casa, pois ou estava trabalhando ou em um encontro.

-Ela vai com o Ian - falei.

Arthur me olhou surpreso.

-Sério?

Eu balancei a cabeça.

-Vai ser um murro no estômago do meu pai, mas sei que ela ainda teme que ele fale alguma merda - confidenciei.

Ele me abraçou por trás, transmitindo aquele conforto e carinho que eu conhecia muito bem.

-Vamos ter todas as atenções de seu pai - falou. - Ele nem vai lembrar da Debie.

Girei meu corpo e fiquei de frente para ele. Passei meus braços por sua nuca e sorri.

-Tomara - falei.

Seu sorriso se abriu e, em seguida, ele depositou um delicado selinho em meus lábios.

-Vamos, devemos ir logo ou ficaremos presos no trânsito - falou.

Saímos do quarto e encontramos a nova funcionária arrumando algumas coisas na cozinha.

-Bom dia, senhor e senhora Morais - ela falou com um enorme sorriso.

No fim das contas, Arthur conseguiu uma vaga para Emanuela em sua empresa. Eu ainda não estava conformada, pois sabia que eles ainda teriam contato. No entanto, era melhor do que ter aquela cobra rastejando dentro da minha casa.

-Bom dia, senhorita Gonzalez - falei.

Arthur abriu um sorriso e a cumprimentou com a cabeça.

-Pode tirar a manhã de folga - falou. - Estaremos fora até de noite.

Ela assentiu e abriu um enorme sorriso.

Saímos pela porta e seguimos em direção ao elevador.

-Esta nervosa? - Arthur disse apertando a minha mão.

Andar de mãos dadas com ele havia se tornado parte do nosso cotidiano. Era como se eu precisasse constantemente do seu toque e só pudesse estar bem quando soubesse de sua existência física ao meu lado.

-Um pouco, na verdade - falei.

Ele me abraçou por trás, outra vez.

-O que te preocupa? - ao falar, vi seus olhos preocupados pelo reflexo do metal.

-Você não conhece minha família toda - eu disse. - A probabilidade desse encontro dar errado é muito grande.

Ele deu de ombros.

-Quanto a isso, está tudo bem - ele abriu aquele lindo sorriso.

Chegamos no estacionamento e de longe avistamos alguns fotógrafos.

De ontem para cá, por conta do pronunciamento agendado, muitos deles haviam se empoleirado em nosso estacionamento. Agora eles nem tentavam se esconder ou disfarçar.

Eu já estava contente de que a partir de hoje, eu e Arthur não precisaríamos mais daquele teatro todo de ter que fingir que não queremos ser vistos juntos.

Por exemplo agora, ele tentava me tampar com o seu corpo.

Bufei assim que ele ligou o carro.

-Não se preocupe, logo tudo voltará ao normal - ele disse.

Era complicado algo ser normal em nossas vidas, mas acreditei em suas palavras.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSWhere stories live. Discover now