Capítulo 35

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Debie finalmente se desfez daquela cara de ódio e foi tomada por uma tristeza que partiu meu coração em mil pedaços. Eu amava demais ela e odiava quando se encontrava diante de situações como aquela. 

Por fim, caminhei em sua direção e envolvi nos meus braços. 

-Não se preocupe - falei. - Vamos resolver isso. 

-Como? - ela levantou o rosto e me encarou, ainda chorando.

Eu sorri maliciosamente. 

-Do único jeito que uma Hamons sabe resolver as coisas - falei. 

Larguei ela e comecei a caminhar em direção a grande tenda, aonde todos ainda conversavam. Ouvi a voz  de Debie ao fundo gritando "louca", mas ignorei e entrei decidida no local. 

Meu pai se assustou e se levantou rapidamente. 

Me aproximei dele, cheguei perto o suficiente para parecer intimidadora. 

-Você é meu pai e eu sempre fiz tudo que você pediu, mas chega de humilhar a Débora com esses seus jogos sem cabimento - falei, séria. - Ela também é sua filha, mas isso não te da o direito de brincar com os sentimentos dela. 

Meu pai deu um passo para trás e me encarou. 

-Não sei do que esta falando - falou. 

-Eu e Debie sabemos que você colocou o Ian no pé dela - falei. - Tudo em beneficio de suas ações e do seu lucro no fim do mês, mas saiba que você esta perdendo sua família para ganhar um pouco mais de dinheiro. 

-O que esta acontecendo, Eliz? - perguntou minha mãe. 

Notei que todos assistiam, curiosos, ao show. De início, havia me esquecido da plateia e apenas estava querendo dizer umas boas verdades ao meu pai.

Eu o amava e idolatrava ele, mas ver ele tratando a Debie daquele jeito me dilacerava por dentro. 

-Perguntou para ele - indiquei meu pai. 

Meus olhos encontraram os de Arthur e ele aparentava estar perdido nos acontecimentos. Preferi não acreditar que ele estava ciente dessa tramoia, ou nosso relacionamento sofreria um grande solavanco. 

-Elizabeth, não sei sobre o que está falando - ele disse.

Eu ri sarcasticamente.

-Eliz, não compensa falar com ele - ouvi Debie atrás de mim.

Me virei e encontrei ela com os olhos inchados e uma expressão de partir o coração.

-Esse homem nunca me quis como filha - falou. - Mas não se importe, senhor Hamons, a partir de agora vou tornar seu desejo real.

-Debora - chamou meu pai.

-Nunca mais dirija a palavra para mim - falou. - Prefiro morrer a ser chamada de sua filha novamente.

Nisso ela se virou e saiu rapidamente para fora da tenda.

Quando me virei para meu pai, ele estava com os olhos perdidos. Ficou bem claro que as palavras de Debie haviam doído mais do que ela imaginava.

-O que eu fiz? - perguntou em meia voz.

-Ela pegou suas mensagens no celular do Ian - falei.

Ele me olhou ainda confuso.

-Sim, quando soube que eles estavam juntos fui agradecer por ele estar cuidando dela, já que eu não poderia fazer isso - falou.

Merda.

-Ela acha que você pagou ele para ficar com ela - eu disse.

Seus olhos se arregalaram.

-Eu jamais faria isso com ela - falou.

Achei irônico, logo ele que havia me vendido a uma família amiga. Mas resolvi não falar nada, afinal, a maior parte das pessoas naquela tenda não sabiam sobre o contrato.

-Você já fez coisa pior para a Débora, então não acho que ela ficaria surpresa se algo assim acontecesse - falei.

Ele me encarou com um olhar triste.

-Eu venho sendo tão mal assim como pai? - perguntou.

-Isso é algo que você tem que resolver com ela - falei me virando. - E recomendo que corra atrás logo... Antes que se arrependa no futuro.

Não olhei para trás e apenas corri na direção que Débora tinha ido, porém não a encontrei em lugar nenhum.

-Vamos atrás dela - ouvi Arthur dizer ao chegar até o estacionamento.

Ele me abraçou e em seguida me puxou para dentro de seu carro.

Agradeci por ele estar ali comigo.

CASAMENTO DE FACHADA: HERDEIROSWhere stories live. Discover now