ON THE OTHER SIDE OF THE BARRIER

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Katie o colocou sentado em cima da cômoda antes de puxar um casaquinho de dentro da gaveta. Primeiro um bracinho e depois o outro, fechando o zíper até a metade para deixar o desenho do reator arc à mostra. Em seguida, amarrou cada um dos cadarços e certificou que não estivesse apertado nem frouxo demais.

— Sabe, bebê, mamãe não tem só você de filho — disse Katie. Os olhos que pareciam refletir o brilho que ela conhecia perfeitamente, por ser tão igual ao de Tony Stark, a encaravam como se entendesse tudo o que era dito — Pois é, além de cuidar de você, preciso me certificar que os seus tios não estão se matando. E a julgar pela idade mental do tio Sammy e do tio Buck, os dois conseguem ser mais crianças do que você. 

Sua fala se sucedeu à uma risada do pequeno. Katherine tornou a pegá–lo para sair do quarto.

Ela odiava admitir mas o silêncio daquela casa era a última coisa que gostava. Preferia ouvir as vozes de Sam e Bucky discutindo um com o outro do que não haver som algum dentro de casa. Katherine se pegou gostando além da conta da bagunça que seus amigos costumavam fazer, que apesar das idades eles eram a encarnação perfeita de duas crianças.

A primeira porta após o quarto de Tony era aquele que Bucky ocupava. Katie se surpreendeu ao ver a porta e janelas abertas, o sargento sentado aos pés da cama e cabisbaixo.

— Achei que eu teria que acordar você — Katie brincou com um sorriso que não tardou à murchar com o silêncio do amigo — James? Você teve outro pesadelo? 

O mesmo balançou a cabeça, negando, e em seguida ergueu a cabeça com os olhos azuis marejados.

— Vou ficar parada aqui até me dizer o que tem de errado — disse Katie. — Não me importo com o café, mas seu sobrinho talvez queira…

— É a primeira vez que eu passo à noite sem pesadelos.

Katie sorriu com um grande alívio e sentou ao lado do moreno. Tony se remexeu no colo de sua mãe e estendeu os braços curtinhos em direção ao seu tio. Bucky o pegou sem hesitar. 

— E sonhou com o que? — perguntou Katie, com interesse.

— Meus pais, minha irmã…lembranças boas — Bucky disse com uma expressão visivelmente menos abatida do que seria caso tivesse acordado de um pesadelo.

Era um misto de emoções boas em seu olhar.

— Sua irmã, como ela era?

Bucky abriu um sorriso ainda maior.

— Irritante, muito irritante — confessou o sargento — Quando nossos pais morrem, fomos divididos. Ela acabou em um abrigo e eu fui para o Camp Lehigh, mas isso foi depois que o Steve conseguiu se alistar e antes da aplicação do Soro. Você teria adorado conhecer a Rebecca.

— Tenho certeza que sim, quer dizer…se ela for como você eu teria sérios problemas em administrar um Bucky versão feminina. — Katie mordeu o lábio para evitar uma risada — Você já me dá trabalho suficiente sendo homem.

— Vou fingir que não me ofendeu, Kat — James revirou os olhos.

— Ótimo! Assim vamos continuar amigos! — exclamou. — Agora, você seria meu amigo preferido se fosse lá acordar o Sam enquanto preparo o café.

— Posso acorda–lo do meu jeito? 

— Se o seu jeito não envolver violência em excesso, pode.

Bucky assentiu e entregou o bebê de voltar para Katie. Ela nem se deu o trabalho de espiar no quarto do Capitão, visto que a porta ainda continuava fechada e pela fresta não havia nenhum tipo de luz que podia ser enxergado.

𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐈𝐒 𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐘 ━━━ 𝑠𝑡𝑒𝑣𝑒 𝑟𝑜𝑔𝑒𝑟𝑠 ✔ Where stories live. Discover now