Capítulo 28

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Camila

O caminho todo até algum lugar, que Austin estava chamando de paraíso foi feito em silêncio. Nós dois nos olhavámos por alguns segundos, mas era impossível permanecer olhando para ele. Tudo o que conseguia sentir era nojo e ódio.

- Você não cansa de só fazer idiotice? - perguntei quebrando o silêncio.

- Cala a boca, Camila. Cala a boca.

- Não, não vou calar. Não sou um dos serviçais do palácio pra te obedecer. Tenho tanto poder quanto você. - respondi perdendo a paciência. - Mas que inferno! Por que você não me mata logo? Reina toda essa merda sozinho?

Me assustei ao sentir um tapa acertar o lado esquerdo de meu rosto.

- Eu falei pra você calar essa sua boca maldita!

Desisti de discutir com ele, mesmo que a raiva fosse mais forte. Eu precisava me controlar. Aquilo não levaria a nada. Afinal, Austin sempre iria apelar para a violência.

- No final de tudo, você se tornou esse monstro por ter sido um garotinho mal amado, que não recebeu amor nem dos próprios pais.

- Pare o carro. - Austin pediu ao motorista.

Pronto, Camila, você deveria ficar calada. Agora ele irá fazer você voltar a pé. Parabéns. O olhar de Austin olhava para o nada, queria entender o que havia de tão ruim no que falei. Afinal, aquilo nem era verdade? Ou era?

- Austin! Espera aí! - gritei assim que ele saiu do carro. - Eu não quis te ofender, talvez, tenha sido minha vontade. Mas você entendeu.

- Me deixa em paz, Camila! - Austin gritou assim que desci do carro o seguindo. - Vai lá dar amor a sua irmã, receber amor da Lauren, de suas amigas. Vai lá!

- Para de ser tão criança! Já passou da hora de você me contar algo sobre seu passado.

- Não Camila, não! Isso é algo meu, você não tem direito de invadir. Ser rainha, não te dá direito a nada. Sai daqui!

Olhei para Austin e minha mente fazia um esforço gigantesco para entender o que estava acontecendo. O observei andando de um lado para o outro. Por mais que Austin fosse uma péssima pessoa, eu me preocupava com ele. Esse é o pior lado de ser uma pessoa empática.

- Eu não preciso que você, logo você, me faça lembrar de meus problemas.

Ergui as mãos para o alto como se estivesse pedindo paciência aos céus. Continuei olhando para Austin me recusando a acreditar que logo ele, estava dando um ataque infanti por traumas de infância.

- Ok, eu desisto. Vamos fazer um acordo de paz, pode ser?

 Austin se virou para mim, me aproximei cuidadosamente dele. Estava cansada dessas brigas que nunca levavam a nada. Só a mais brigas.

- A situação, vai piorar pra todo mundo aqui. Pra mim, pra você, pro povo. Resumindo, para todos. E não vamos conseguir sair vivos dessa crise, se, não estivermos unidos. - fiz uma breve pausa antes de continuar. - Austin, não vamos mais discutir e você, principalmente, vai parar de virar a vida dos outros ao contrário. Pode me responder quando chegarmos em casa.

Me afastei dele e o deixei sozinho, entrei no carro e fiquei esperando que ele voltasse logo. Não sei de onde tirava essa bondade, sendo que minha vontade muitas vezes era simplesmente pegar uma arma, mirar na direção dele e simplesmente atirar.

- Vossa majestade, se me permite perguntar, está tudo bem com o rei? - o motorista perguntou calmamente.

- Briga de casal, você deve imaginar como é. - falei olhando para sua aliança. - Mas logo passa, todo mundo precisa de um tempo sozinho.

Royal Or Rebel IIWhere stories live. Discover now