Capítulo 32

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P.O.V Alex

Conduzi atrás da ambulância até ao hospital. Não sabia o que tinha acontecido, mas não precisava de saber para me preocupar. Entrei no hospital junto com os pais dela, e depois de 1 hora de espera, o médico finalmente apareceu para nos dar notícias.

Médico:Ela já está bem, já acordou, já fizemos exames e ela não revelou qualquer problema. Apenas a deixem descansar uns 3/4 dias, foi uma pancada forte.-os pais dela agarraram-se um ao outro e suspiraram de alívio.

Xxx:Que alívio, já nos chega a Kay.-disse a mãe da Mary.

Naquele momento não percebi o que aquilo queria dizer. Como assim "já chega a Kay"?

Quando o médico deu autorização para que entrássemos, os pais da Mary disseram que eu poderia entrar primeiro, e eu assim fiz, correndo pelos corredores até entrar no quarto da Mary.

Ao entrar, abri um pouco a porta para confirmar de que ela estava acordada, e ao ver os seus olhos abertos, entrei e os seus olhos colaram nos meus.

Mary:Que estás a fazer aqui?-perguntou.

Alex:Vim ver como estás.-respondi junto com um sorriso sincero.

Mary:Alex, temos de falar de uma coisa.

A minha barriga sentiu um nervoso e senti a minha garganta secar e apertar. Será que ela iria voltar atrás com a decisão dela? Ou seria o oposto? Não, pelo olhar sério dela, vem aí algo mau.

Alex:Ok, diz-me.

Mary:A minha queda não foi acidental. Tenho a certeza de que alguém me empurrou.-eu desviei o olhar para o chão, tentando pensar em todas as pessoas possíveis, mas ninguém em concreto estava a vir-me à mente.

Alex:Se tu tens a certeza disso, eu vou investigar e prometo-te que vou descobrir.-ela deu um pequeno sorriso.-Eu vou deixar os teus pais entrarem, falamos depois. Eu envio-te mensagem.

Mary:Tu nem tens o meu número.

Alex:Eu subornei todo o New York para o conseguir, mas eu consegui.-ela gargalhou.

Mary:Nem vou perguntar mais detalhes.-eu caminhei até à porta e pisquei o olho antes de abandonar o quarto.

Por todo o caminho até a casa, duas coisas não me saíam da cabeça. A frase dos pais da Mary, e a frase da própria."Tenho a certeza de que alguém me empurrou". Algo dentro de mim me diz o mesmo, e não vou descansar até saber quem foi, mas para isso, eu iria precisar de duas pessoas, da Kay e do Chris.

Ao chegar a casa, encontrei os meus pais sentados no sofá da sala, e chamaram-me quando entrei pela porta principal. Sentei-me ao lado deles, e pela cara deles, mais um assunto sério seria falado hoje. Não tenho sossego.

Catherine:Filho, hoje recebemos a notícia da morte de alguém.

Alex:Sim, e?-perguntei sem dar importância.

Catherine:Foi a mulher que tomou conta de ti, lembraste? Aquela nossa amiga? Tu de um dia para o outro não quiseste ir mais.-eu assenti, sentindo todo o meu corpo fraquejar com a memória daquela mulher.

Alex:Pai, mãe, eu acho que está na hora de saberem de algo que eu escondo por anos.-eles entreolharam-se.-Essa mulher abusou de mim, e essa foi a razão por eu não querer ir mais.-disse antes que perdesse a coragem.

Louis:Ela violou-te? Tu eras uma criança!-eu assenti, e senti o meu peito apertar quando vi a minha mãe sem reação a deixar as lágrimas cair pela cara abaixo.

Alex:Eu sinto muito por nunca ter dito nada, mas sabia que com o vosso poder algo podia acontecer, e o nosso nome iria ficar sempre associado aquele momento. Eu não queira crescer com esse peso em cima de mim, os olhares na rua.-o meu pai suspirou.-Eu já passei isso, eu conheci alguém que me ouviu, e me percebeu. Não quero que façam nada, apenas que esqueçam este assunto tal como eu fiz.

A minha mãe agarrou-me, puxou-me para ela e abraçou-me chorando no meu ombro. O meu pai juntou-se ao abraço e todos deixamos as lágrimas caírem, ali, entre nós, onde apenas nós percebemos o quão importante aquele simples gesto foi para nós.

The dealWhere stories live. Discover now