Capítulo 11

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P.O.V Mary

Arrastei o Alex para fora daquele bar que apenas o cheiro me dava náuseas. Encostei-o à parede e ele abriu um sorriso. Surgiu uma vontade enorme de o espancar, mas faltava a coragem.

Alex:Se queres uma segunda dose basta dizeres, não precisa de ser num bar. Principalmente porque não é o teu estilo.

Mary:Eu vou te dizer o que não é o meu estilo. Tu! Tu não és o meu estilo. O que aconteceu ontem foi fruto de álcool. Algo que eu não conto voltar a tocar, e muito menos perto de ti.-ele revirou os olhos de forma sínica.

Alex:Mary, porque não admites logo que gostaste?

Uma raiva cresceu dentro de mim, o meu sangue começou a ferver, e respirei fundo 3 vezes seguidas até conseguir olhá-lo e continuar o meu discurso, sem ser interrompida.

Mary:Ontem foi a minha primeira vez, e eu não te posso dizer se foi bom porque eu não me lembro de tudo.-menti.-Mas não irá existir uma segunda dose,Alex. Eu sei que as santas agradam ao grande Alex Adams, mas eu não sou mais uma.

Alex:Minha querida Mary, eu não quero uma segunda dose contigo. Tu és daquelas na qual se enjoa logo à primeira.-senti os meus olhos humedecerem.

Respirei fundo, e virei costas. A Kay já me esperava à porta com um cigarro na boca. Quando me viu, colocou o cigarro em um dos cinzeiros que tinha perto, e avançou até me alcançar.

Kay:É preciso partir alguém?-perguntou lançando um olhar de morte a Alex.

Mary:Apenas vamos embora.-ela assentiu respeitando o meu pedido.

Já em casa, com a Kay na janela a fumar um cigarro, eu estava sentada no pequeno sofá que ela tem no quarto. A encarar o fumo que ela lançava, algumas das palavras que eu disse ao Alex faziam eco na minha cabeça, e quando mais pensava, mais orgulho eu sentia em mim por ter encarado aquela situação com a maturidade necessária.

Mary:Como foi a tua primeira vez?-perguntei à Kay que me olhou, e saiu da janela, ainda com o cigarro na mão, sentando-se na ponta da cama.

Kay:Então, na nossa escola tínhamos 2 amigos, muito amigos. Eu tinha 13 anos. Convidaram-me para ir a casa deles, eu fui, e envolvi-me com os 2, ao mesmo tempo.-eu arregalei os olhos.-Arrependeste-te de me perguntar,certo? Fazes sempre isto.-eu ri-me sabendo que era verdade.

Mary:É só que eu estava a pensar. Nós temos a ideia de que a primeira vez deve ser algo especial, com alguém especial.-ela riu-se, não conseguindo esconder a sua honestidade.

Kay:Mary, tu és tão barbie. Apenas em filmes essas coisas acontecem. Na vida real, tu envolveste com um rapaz que não amas, que apenas sentes uma atração, nada mais.

O meu cérebro estava a tentar perceber e assimilar toda aquela informação. A Kay estar certa não é, de todo, uma novidade, pois ela está sempre certa quando se trata destes assuntos, sobre a vida e de como devemos lidar com ela.

Kay: Mary, tu conheceste-me na minha pior fase,ou pelo menos uma das piores. E também eu te vi na tua pior fase. Apenas quero que abras os olhos. Eu sei que te vais iludir, isso sempre aconteceu. Mas quanto ao Alex, fico mesmo feliz pelo que fizeste.-eu assenti.

Mary:Ele é um rapaz para raparigas com o mesmo pensamento que tu. Apenas uma noite, e não para raparigas como eu, que querem algo para a vida.-ela colocou o cigarro no cinzeiro e piscou-me o olho.

The dealWhere stories live. Discover now