Capítulo 18

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P.O.V Mary

Tal como a Kay me pediu, desapareci do mapa, e fui para fora do bar, na parte de trás, mas mesmo não querendo, acabei por ser encontrada pelo Alex. Sentada numa pequena escadaria, olhei-o, que se sentou do meu lado.

Alex:Então, como anda a Kay? Desde... tu sabes.-eu revirei os olhos.

Mary:Alex, Eu já respondi a essa pergunta ao Chris, o que queres mais?

Alex:Todos sabemos que não foste honesta com ele, mas podes confiar.-eu arquiei a sobrancelha.-Estou a falar a sério.-eu suspirei.

É assim tão errado querer confiar nele? Se eu fizesse esta pergunta a um derivado número de pessoas, iria obter diferentes respostas. Por exemplo, se perguntasse à Kay, obviamente ela me iria dizer para não confiar,não confiar em ninguém, e muito menos em pessoas como ele. Desde o primeiro minuto em que eu me tornei próxima da Kay, ela sempre me "obrigou", pediu, para que eu nunca, nunca, confiasse nela, e muito menos em pessoas como ela.
Ela sempre disse:Mary,no dia em que eu te falhar, porque eu vou, nunca poderás dizer que o erro foi teu por teres confiado em mim. Poderás sempre colocar a culpa em mim, eu aceito. Tenho as costas largas.Muita gente a odeia, e ela ainda odeia mais pessoas do que as que a odeiam, mas se as pessoas a conhecessem de verdade, iriam admira-la.

Por outro lado, se perguntasse à minha mãe, ela iria dizer que devemos confiar nas pessoas, e que apenas a confiar e a errar, é que crescemos e vemos como o mundo realmente funciona. E talvez, apenas desta vez, eu deva confiar, mesmo concordando com a Kay.

Mary:Está a recuperar, eu e os meus pais estamos um pouco preocupados, mas nada demais.-ele deu um pequeno sorriso, parecendo sincero.

Alex:Ela parece ser uma força da natureza. A forma como ela lida contigo, é como se o passado que ela carrega, se tornasse menos pesado porque tu carregas com ela.-eu assenti, concordando com a sua forma de ver a nossa amizade.

Mary:É verdade, quando a adotamos ela era uma pessoa tão...-fiz uma pausa na tentativa de encontrar um um adjetivo para ela.-Não existe qualquer palavra que a possa descrever.

Alex:Adotada? Então a Kay Evans é adotada.-afirmou.-Quer dizer, ela não tem o mesmo sobrenome que tu.

Mary:Ela não quis, nem chama os meus pais de "pais". É independente, e mesmo Evans sendo um nome que a magoa, ela gosta dele.

Alex:Ou seja, ela gosta de dor.

Mary:Claro que gosta, é apaixonada. Ela cresceu no meio dela, e mesmo tu não querendo, acabas por gostar de algo que te habituas.-ele concordou.

O Sam começou a chamar por ele. Ele levantou-se e despediu-se apenas com um sorriso. Caminhei até casa, entrei no meu quarto, fechei a porta e caí na cama. Só naquele momento, eu percebi, eu acabei de fazer merda, e da grande.

Eu revelei um facto do passado da Kay. Eu confiei nele, e ele usou-me, não tenho qualquer dúvida disso. Falei demais, e quando a Kay descobrir, ela vai matar-me, espancar-me, não vai terminar bem. E querendo ou não, admitindo ou não, a culpa é minha.

The dealWhere stories live. Discover now